A Cepe lançará, hoje, domingo (10.04), às 9h30, o livro Meus queridos amigos, que reúne 200 crônicas de Dom Helder Câmara.
“Meus queridos amigos”. Era com essa frase que Dom Helder Camara abria o programa Um olhar sobre a Cidade, por ele apresentado de segunda-feira a sábado, entre os anos de 1974 e 1983, na Rádio Olinda, emissora católica sediada na antiga capital de Pernambuco. A frase agora foi utilizada para batizar um livro que reúne 200 das 2.549 crônicas lidas por Dom Helder durante os nove anos que durou o programa.
Organizada pela jornalista Tereza Rozowykwiat, Meus queridos amigos – As crônicas de Dom Helder Camara, é dividido em seis capítulos. Segundo a organizadora, a obra busca contemplar a diversidade de temas abordados pelo arcebispo, conhecido, pelos admiradores, como “Dom da paz” e, pelos militares e os setores mais conservadores da sociedade e do próprio clero, como “Bispo vermelho”.
Tereza Rozowykwiat e Dom Helder |
A opção prioritária de Dom Helder pelos pobres fica explícita logo na primeira crônica (“Mocambos: Cristo na lama”) do primeiro capítulo (“Injustiças sociais”): “Nós temos Cristo na lama, de modo permanente, em volta de nós! Quanto mocambo, quanto barraco que não merece o nome de casa, barracos mergulhados na lama!”. O lado poeta de Dom Helder está bem presente no último capítulo (“Ele era assim”), que mostra o jeito de ser do arcebispo, seus sonhos e sua interpretação da realidade e da natureza.
Diz Tereza na abertura do capítulo: “Em sua minúscula casinha da Rua das Fronteiras, atrás da Igreja, cultivava um jardim cheio de flores. Era lá que meditava todas as noites. Flores, árvores, estrelas, animais, mares, luz, e até pedras, lhe deixavam feliz e serviam de base para suas orações”.
O livro foi organizado pela jornalista Tereza Rozowykwiat, que fez uma seleção após ler as 2.549 crônicas veiculadas no programa Um Olhar sobre a Cidade, que Dom Helder apresentou entre os anos de 1974 e 1983, na Rádio Olinda, emissora católica.
O lançamento do será na Igreja das Fronteiras, na rua das Fronteiras, na Boa Vista, em cujas dependências fica a casinha em que Dom Helder viveu durante 31 anos viveu. Visitada por Dom Pedro II em 1859, que lhe deu o título Imperial Capela, a, igreja, há poucos anos restaurada, foi tombada em 1949 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Contatos de Tereza Rozowykwiat: tecarozowyk@gmail.com / 3268.8422 / 9.9974.1870)