Memória em Palavras: Homenagens ao Dom

Memória em Palavras: Homenagens ao Dom

Em nossa Memória Viva de hoje vamos postar alguns textos escritos que nos remetem à memória de nosso profeta maior.

Caminhando Com Dom Helder Camara em Fortaleza

Helder Pessoa Camara nasceu em Fortaleza no domingo, 07 de fevereiro de 1907, isto é, há 118 anos.
É o 11.º filho de Adelaide Rodrigues Pessoa e João Eduardo Torres Camara Filho.
Helder foi batizado em 31 de março do mesmo ano na capela da Santa Casa de Fortaleza por Monsenhor José Leorne Menescal.
Estudou no “Seminário Episcopal do Ceará”, conhecido como “Seminário da Prainha”, entre os anos de 1923 e 1931.
Foi ordenado padre em 15 de agosto de 1931, na Catedral de Fortaleza pela imposição das mãos de Dom Manoel da Silva Gomes.
Trabalhou na Diocese de Fortaleza durante cinco anos, entre 1931 e 1936:

  • Organização da JOC (Juventude Operária Católica)
  • Liga dos Professores Católicos
  • Professor de Religião no Liceu do Ceará
  • Coordenador da “Instrução Pública” (atual SEDUC)
  • Fundador do movimento “Legião Cearense de Trabalho” e da sindicalização “Operária Católica Feminina” reunindo lavadeiras, engomadeiras, domésticas, cozinheiras, amas e copeiras.
  • Membro da LEC (Liga Eleitoral Católica)
  • Participação na “Ação Integralista Brasileira”, sobre a qual escreveu nas suas ‘Declarações Testamentárias’, em 24 de março de 1943: “Cometi, que eu saiba, três pecados contra o espírito sacerdotal. O primeiro é que me fiz político”.
  • Assistente Eclesiástico da “União dos Moços Católicos”.
    Foi transferido para a Arquidiocese do Rio de Janeiro em 1936, onde foi sagrado bispo em 1952. Realizou obras importantes de assistência aos pobres, organizou a CNBB e foi co-fundador do CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano).
    Foi transferido para a Arquidiocese de Olinda e Recife em 1964. A partir de antão tornou-se a voz dos pobres, clamando por paz e justiça pelo mundo afora.
    Nos anos de 1970, 1971, 1972 e 1973, foi candidato ao Prêmio Nobel da Paz, que lhe foi negado por influência e insistência da Ditadura Militar no Brasil.
    Dom Helder foi chamado pelo Pai da Criação, como gostava de chamá-Lo, em 27 de agosto de 1999, no Recife.
    O processo de beatificação e Canonização de Dom Helder foi aberto em 03 de maio de 2025.
    Dom Helder foi um homem de relevância mundial, mesmo tendo uma atuação mais duradoura e expressiva no Rio de Janeiro e no Recife.
    Diante desta constatação e após ter percorrido os passos e o legado de padre Helder em Fortaleza, podemos questionar porque este filho ilustre desta cidade, de reconhecimento mundial, em processo de beatificação e canonização, recebe tão pouco atenção pela Arquidiocese de Fortaleza e também pelas demais poderes e entidades públicas cearenses?
    Fortaleza, 7 de fevereiro de 2025,
    Geraldo Frencken
    Membro do “Grupo Dom Helder”

Coluna de Jamildo Melo na CBN – 10.2.25

O Instituto Dom Helder Câmara realizou um evento digno de registro, neste domingo, na Igreja das Fronteiras, no centro do Recife.

A entidade, que guarda a memória do Dom da Paz, um verdadeiro homem santo, promoveu uma homenagem póstuma aos nomes de 40 fundadores da entidade, todos eles colaboradores diretos do ex-arcebispo de Olinda e Recife.

A ministra Luciana Santos, os senadores Fernando Dueire e Teresa Leitão, deputados estaduais e vereadores prestigiaram o evento.

Como o Idec não conseguiu contatar todas as famílias, inicialmente, 13 nomes foram agraciados com certificados.

Entre os nomes de destaque, o padre Reginaldo Veloso, que atuou na evangelização da comunidade do Morro da Conceição, e o padre Henrique, que foi assassinado na ditadura militar em Pernambuco, para tentar intimidar a atuação do arcebispo por justiça.

Outro nome conhecido é Luis Tenderine, que criou o movimento chamado Trapeiros de Emaus.

Na lista de homenageados, aparece também o nome de Dom José Lamartine, que foi um destacado bispo auxiliar de Dom Helder.

Aparece também o nome do médico Ciro Andrade Lima, avô materno do prefeito João Campos, que cuidou pessoalmente do religioso até a morte, em 1999, na Igreja das Fronteiras, onde viveu de forma simples desde 1968.

Aqui no site Jamildo.com, nós já registramos que o IDEC acabou de concluir a digitalização de todo o acervo de Dom Helder através de um convênio firmado, ainda na gestão Eduardo Campos.

Neste domingo, a Prefeitura do Recife anunciou que renovou o convênio com o Instituto Dom Helder Câmara para garantir a preservação do acervo e das atividades dedicadas ao legado do arcebispo emérito de Olinda e Recife.

O acordo assegura um investimento de R$ 300 mil ao ano, viabilizando a manutenção do espaço e ampliando o acesso da população à história do religioso.

O prefeito João Campos, na missa deste domingo, pediu em público que a vereadora Cida Pedrosa apresentasse um projeto de lei para tornar permanente a manutenção do memorial.

João Campos, bastante à vontade, brincou, citando o pai. Eduardo Campos, em tom de chiste, dizia que os dois maiores pernambucanos da historia eram cearenses … numa referência a Miguel Arraes, nascido no Crato, e Helder, nascido em Fortaleza.

O instituto Dom Helder Câmara abriga um memorial e museu dedicados ao religioso, com um acervo que inclui manuscritos, prêmios, vestimentas litúrgicas e objetos pessoais.

Com o repasse, será possível manter bibliotecários, historiadores e outros profissionais especializados na conservação desse patrimônio.

Ajudando a consolidar o turismo religioso, o instituto segue aberto à visitação, recebendo pesquisadores, estudantes e fiéis interessados na vida e obra de Dom Helder.

Por toda sua luta por Justiça social, e na defesa dos direitos humanos, são mais do que merecidas todas as homenagens ao cearense que adotou o Recife como lar e, no período mais triste de nossa história, transformou a capital pernambucana em referência mundial e chegou a receber quatro indicações ao Prêmio Nobel da Paz.

Um belo presente para o bispo sem fronteiras, que completou mais um aniversário na sexta-feira 7 de fevereiro.

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