Causos do Dom: Helder ou José?

Causos do Dom: Helder ou José?

Colaboração: Pe. Ivanir Antonio Rampon

O décimo primeiro filho de João Eduardo e Adelaide nasceu no dia 7 de fevereiro de 1909 na casa-escola e foi batizado, com água morna porque estava doente, no dia 31 de março, na Capela da Santa Casa de Misericórdia pelo Monsenhor José Menescal. Sua mãe queria chamá-lo de José (nome de um irmão falecido), mas o marido a convenceu que deveria receber um nome diferente porque os nomes preferidos pelo casal estavam “dando desgraças”…

De fato, em 1905 aconteceu uma epidemia de difteria e o pai e a mãe perderam os quatro filhos mais novos – Zenilda, Rubens, Ethelberto e José. Os outros – Gilberto, João e Maroquinha – estavam passeando e, por isso, não foram atingidos pela epidemia. Durante esse período, Adelaide estava grávida de três meses de Eduardo que nasceu em novembro. Em 1906, nasceu Adelaide que morreu antes de completar um ano, em 1906 nasce a filha Adelaide que morre antes de completar um ano, vítima de uma epidemia de meningite. Em janeiro de 1908, nasceu Mardônio e, um ano depois, Adelaide deu à luz Helder. Nesse mesmo ano, seu irmão João, jogando bola na estrada, foi atingido por uma bicicleta, ferindo uma perna e, depois de alguns dias, faleceu por causa da hemorragia.

João Eduardo queria parar as “desgraças” e olhando os materiais didáticos da esposa – que era professora – viu em um atlas geográfico/mapa um ponto da Holanda e, voltando-se para a mulher, disse: “O nome dele vai ser Helder”. Em 1911, nasceu Nair e, finalmente, em 1915, foi concebido João que recebeu este nome em recordação do irmão que havia falecido em 1909.

Mais tarde, já no Seminário, Helder descobriu o significado de seu nome: “Descobri então que Helder significa céu límpido e gostei. Um helder, céu feliz! Sem nuvens”.

Dona Adelaide, no entanto, usará “José” para expressar apoio materno nos momentos difíceis da vida ou a alegria que sentia com as virtudes do filho.

Mais tarde, em muitas cartas para amigos e amigas, nas Circulares para a sua Família espiritual e em suas Meditações (poemas místicos), o Padre/Dom Helder assinará como Pe. José, principalmente nos momentos em que vivia tensões ou estava muito contente com a missão realizada. Também chamará de “José” o seu Anjo da Guarda, de quem era devoto.

Ivanir Antonio Rampon. O Caminho Espiritual de Dom Helder Camara. São Paulo: Paulinas, 2013, p. 13.

Outras fontes

Dom Helder Camara, Circulares Ação Justiça e Paz. Recife: CEPE Editora/Instituto Dom Helder Camara, tomo II, Circular 134ª, de2.11.1970.

Helder Camara, Le conversioni di un vescovo, p. 37-38.

Helder Câmara, Chi sono io? p. 15.

Roger Borgeon, Il profeta del Terzo Mondo, p. 236.

José González, Hélder Câmara, il grido dei poveri, 40-41.

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