Memória em Palavras – Poema em Cordel: Missiva para Dom Helder

Memória em Palavras – Poema em Cordel: Missiva para Dom Helder

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP CAMPUS IPIRANGA

Curso de Curta Duração “ DOM HÉLDER CÂMARA; um nordestino cidadão do mundo”, ministrado pelo Prf. Martinho Condini.

Aluno: Mario Cabral de Almeida

Trabalho de finalização do curso

Poema em Cordel: Missiva para Dom Helder

Quando Dom Hélder nasceu Foi um dia bem feliz

Um pregador do Evangelho Assim seu destino quis

Humilde qual o Santo abnegado Nosso Francisco de Assis.

Protetor dos mais humildes Dava muito sentido a sua fé Pelas boas obras que fazia E na justiça fincou o pé

Obras verdadeiras que refletem A imagem de Jesus de Nazaré.

E foi um dia de muito luto Aqui na faixa terrestre Quando se foi o Sacerdote Que engrandeceu o Nordeste O padre lutador pelos pobres Até hoje, o luto a gente veste.

Pregador cabra da peste. Chegou até o Bispado Questionando a própria Igreja E como ela têm atuado

Só pensando na tradição

E o povo humilde desprezado.

D. Hélder lhe mando um recado Pra ai de cima tu escutar Depois de tua militância

Muita coisa veio mudar A igreja está acordando

Para no século XXI adentrar

Adentrar e bem cultivar

Os caminhos de amor e bondade Se atentando aos desvalidos

E difundindo a caridade

Buscando de fato, se chegar a Deus Ao mais humilde dando oportunidade.

Esse pensamento na verdade Advém de tuas provocações Teus discursos inflamados

E as tuas acirradas discussões Foram efetivas para a Igreja Mudar as suas opiniões.

Para a igreja se libertar de grilhões Moldados pela cúria Romana

Uma velha tradição arcaica Que não tinha nada de humana

Em vez de conciliar homens com Deus Tinha uma postura tirana.

Esse mensagem bacana Que quero aqui lhe mandar Muito obrigado Dom Hélder Pelas lutas que vieste travar

Dos preconceitos que combateste Fomentando uma Igreja mais popular.

Popular, aberta e salutar Realmente de comunhão com Deus Onde se respeita o crente

E também se respeita os ateus

Onde tua máxima era: “todos são irmãos” Sem distinção entre ricos ou plebeus.

E aí bem pertinho de Deus Uma coisa eu quero lhe pedir Converse com ele de canto E diga para ele de novo agir

Mandando outro sacerdote como tu

Pra uma Igreja mais humilde se construir.

Também peço para você pedir Mais justiça social

Aquilo que lutaste tanto Nesse território nacional

E quem saiba surja novamente Outro fenômeno episcopal.

Que seja íntegro e magistral Com a tua personalidade Veja se Cristo manda aí

Como prenda ou uma caridade E que tenha teu espírito de luta

E que tenha também tua humildade.

E falo com toda a verdade Se aí no céu você está vendo

Peço que dê força aos pobres Ao povo que vem sofrendo

E que diga também a Cristo Isso que tô lhe dizendo.

Ainda estamos padecendo

De tudo o que é problema social E ilumine as almas dos homens Que detém o Poder e o Capital Que deixem de ganância estúpida E cultivem o amor fraternal.

Aqui se despede Mario Cabral Que lhe destina essa missiva E reforço que sua luta

Por muitos, ainda está viva !

Fazendo a Igreja mais próxima dos homens Mais justa, atuante e combativa.

E de forma criativa

Lhe escrevi essa poesia

Quem sabe, um dia respondas Com uma notícia de alegria

Que meus pedidos foram ouvidos E a Igreja acatará tais pedidos

Disseminando mais amor, justiça e empatia.

MARIO CABRAL, 04/12/2023

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