Poema da Missa: Vocação Eterna
Estranho, Senhor!
Quando comparo minhas mãos
com as de Francisco empalideço…
No entanto,
cem vezes eu nascesse
cem vezes me ordenaria
de olhos fechados para minha fraqueza
de olhos abertos para Tua Bondade.
Confiarei mais na Tua Misericórdia?
Enxergarei menos minha triste miséria?
Não sei. Não sei. Não sei.
Sem o sacerdócio eu não seria eu.
Era mais fácil ser planta ou ser pedra
ser animal ou ser anjo.
Impossível era ser homem,
carregar o nome que tenho
sem o título transfigurador.
Bendito sejas
por me teres feito padre
como deste canto às aves,
sombra às árvores,
intuição aos anjos,
bondade a Ti mesmo,
ó Filho de Deus feito homem…
Rio, 1945
Um comentário sobre “Poema da Missa: Vocação Eterna”
Que linda mensagem, GRATIDÃO Dom Helder, por sempre tão preciosas reflexões.