O Memorial Dom Helder irá reabrir as portas à visitação nesse sábado, 05 de novembro, às 16h.
Desde a morte de Dom Helder há 23 anos, a diretoria do IDHeC – Instituto Dom Helder Camara, assumiu a responsabilidade de assegurar condições para funcionamento integral do Instituto, preparando, através do Centro de Documentação – Cedohc, a memória documental da vida e obra de Dom Helder, hoje já digitalizada e acessível através do portal da Cepe ( conf. http://www.acervocepe.com.br/acervo/idhec—instituto-dom-helder-camara) e em processo de reconhecimento como Patrimônio Cultural de Pernambuco; da manutenção do Memorial, composto pela igreja das Fronteiras, Casa-Museu, Exposição Permanente e Espaço Dom José Lamartine, e, especialmente, da operação da Casa de Frei Francisco, seu braço social, onde o Instituto oferece um programa de educação cidadã, de reforço dos vínculos familiares, iniciação profissional, informática e complementação da alimentação, a 100 adolescentes das comunidades dos Coelhos, Coque e Joana Bezerra, em situação de grave vulnerabilidade.
Em 2020, pouco antes da explosão da pandemia, o Centro de Documentação foi invadido, vandalizado, equipamentos foram roubados ou danificados e toda a fiação elétrica foi inutilizada. O Acervo encontra-se, desde então, sob a guarda da Unicap – Universidade Católica de Pernambuco, devidamente acondicionado em caixas e inacessível à consulta, o que tem sido uma perda para os diversos pesquisadores que solicitam essas consultas para aprofundar suas pesquisas.
Por conta da Pandemia, o Memorial precisou fechar as portas à visitação, se solidarizando à luta contra a propagação do corona vírus e, ao chegar o tempo de reabri-las, a umidade havia feito estragos, que tiveram que ser reparados, com a ajuda de parcerias.
Uma boa notícia em relação ao acervo foi a publicação nos meios de comunicação, em 18 de outubro do corrente ano, do edital da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco – Fundarpe, tornando público que o secretário de Pernambuco, Sr. Oscar Paes Barreto Neto, fundamentado, especificamente na legislação estadual, CEP/1989, Lei nº 7.970/1979, Decreto nº 6.239/1980, e Decreto nº 36.249/2011, preceitos em consonância com a legislação federal concernente à material CF/1988 e DL nº 25/1937, deferiu a proposta do Instituto Dom Helder Camara – IDHeC, que inicia o Processo de Tombamento do Acervo de Dom Helder Camara, que possui relevante valor de ordem legal, histórica e cultural, estando constituído por cerca de 210.000 páginas de documentos organizados.
Fruto do empenho e do reconhecimento de conselheiros, diretores e associados, temos conquistado apoios significativos de entidades públicas, de organizações privadas e de admiradores de Dom Helder, especialmente para PROJETOS, que têm início e fim, sendo, entretanto, raro, difícil e pequeno o apoio para PROGRAMAS PERMANENTES, onde as necessidades ocorrem a cada dia, o ano todo e ano após ano. Isso cria um paradoxo que as vezes as pessoas não entendem.
Em 2022 por exemplo tivemos apoio para projetos como a troca do telhado, da instalação elétrica da Casa de Frei Francisco, e da manutenção e pintura do Conjunto Histórico das Fronteiras, mas faltaram recursos para alimentação dos adolescentes, salários dos (as) colaboradores, pagamento de serviços etc.
Graças a essas parcerias, no dia 05 de novembro, às 16h, o Memorial Dom Helder Camara estará reabrindo as suas portas para receber a visita dos que querem conhecer ou rever o chão em que Dom Helder viveu, por 31 anos. E reparos de manutenção necessários ao bom funcionamento da CFF, foram feitos.
Parecemos ricos, mas o nosso dia a dia é de mendigo.
Essa falta de recursos atinge em cheio o PROGRAMA “Construindo o Cidadão do Amanhã” desenvolvido pela Casa de Frei Francisco. Hoje, com 100 adolescentes matriculados e com uma lista de espera por vagas de dezenas de jovens, a Casa está passando por seríssima dificuldade financeira, apesar das importantes, mas pontuais contribuições recebidas.
E, além da reabertura das portas do Memorial, no mesmo dia, sempre animados pelos resultados desse programa na vida dos jovens, mas esmagados pelas dificuldades do dia a dia, apresentaremos, oficialmente, a campanha SOS Casa de Frei Francisco – adote um adolescente, uma proposta, que é também um desafio, muito duro, mas necessário, de condicionar a matrícula de adolescentes em 2023, à existência de PADRINHOS/MADRINHAS para cada um deles.
Em termos práticos e diretos, cada adolescente matriculado precisa ter um padrinho ou madrinha que se comprometa a fazer um depósito mensal programado de janeiro a dezembro de 2023.
Precisamos desses padrinhos e madrinhas, para dar continuidade a essa obra de promoção de vida e dignidade para os adolescentes dos Coelhos, Coque e Joana Bezerra. É com eles que será construído o futuro do Brasil.