Causos do Dom: Palmatória
Prof. Martinho Condini
Era o ano de 1922, Helder tem 13 anos e cursa os primeiros anos do ciclo secundário com dona Salomé, professora de francês que mantém uma escola privada em Fortaleza e usa a “palmatória” (madeira a bater na palma da mão) como método de ensino. Eis o rito: no final da exposição de uma determinada matéria pela professora, há uma roda de perguntas e respostas. O aluno que acerta na resposta te de bater com a palmatória na mão do aluno que não o consegue. Helder acerta e a professora ordena: “Bem, você sabe o que tem o que fazer”. Responde o aluno: “Mas, professora, sou incapaz de bater alguém”. “Nesse caso, será você a receber o castigo”. Prefiro mil vezes apanhar que bater”, retruca Helder. A professora, contrariada, suspende a aula, vai à casa de Helder e fica por uma hora trancada com Adelaide, mãe de Helder, que também é professora. Ao findar, Adelaide chama seu filho e lhe diz: “Você arriscou ser expulso da escola. Mas, como está no último ano, dona Salomé ainda o aceita. Inclusive, ela disse que vai suspender os castigos com palmatória”.
Hoornaert, Eduardo. Helder Camara: quando a vida se faz dom. São Paulo: Paulus, 2021.p.172-173. (Coleção Teologia da Vida)
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