Geraldo Menucci
PERNAMBUCO E A CULTURA PERDEM O MAESTRO GERALDO MENUCCI PARA A COVID-19
Faleceu no dia 19 de Junho, às 5 da manhã, o Maestro Geraldo Menucci, aos 92 anos. Vítima da COVID, encontrava-se em tratamento no Hospital ALFA de Boa Viagem.Nascido em 3 de Junho de 1929, na cidade do Rio de Janeiro, o Maestro foi uma notória personalidade artística nacional. Em 1951, mudou-se para Recife, onde trabalhou com o renomado artista plástico Abelardo da Hora (1924-2014), com quem trabalhou na “Casa das Artes” e no “Movimento de Cultura Popular” (MCP).O Maestro se destacou por ser grande defensor da cultura popular e responsável por ações e iniciativas em prol de fortalecer a difusão da cultura e o acesso popular à música erudita. O maestro Geraldo Menucci continuaráPRESENTEentre o nosso povo, através da sua majestosa obra, agora, e sempre!
COMITÊ MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA PARA A DEMOCRACIA-PE
(CMVJD-PE).
“O maestro e regente Geraldo Menucci acaba de nos deixar para juntar-se, a quem tanto amou, num Coral Sinfônico Celestial, com Guerra Peixe, Capiba, Guedes Peixoto, Cussy de Almeida, Bach, Mozart e Beethoven.
O fundador, primeiro regente e diretor artístico da Banda Sinfônica do Recife, no final de 1958, por incumbência do prefeito Pelópidas Silveira, juntou-se às estrelas, hoje, às 5h do dia 19 de junho, de 2021, com 92 anos de vida e de luta pela alegria dos homens aqui na terra.
O insigne regente, humanista, por isso mesmo, foi preso político pela ditadura militar, é cidadão do Brasil e do mundo. Foi o criador do mais famoso coral de Pernambuco, Coral Bach e também de outros corais, como o
Coral Willys(depois Ford-Willys), composto por operários e operárias destas duas grandes fábricas do ABC paulista de então, e o coral Madrigal Revivis, de Ribeirão Preto(SP), com apresentações de Concertos no Teatro Municipal de São Paulo, na Capela da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto(SP), em 12 de novembro de 1977.
Com o Coral Bach aconteceu a sua consagrada temporada na Europa, em 1957, por ocasião de várias apresentações no VI Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, em 1957, em Moscou, de onde seguiu colhendo tempestuosos aplausos em Leningrado, Kiev, Roma, Pisa, Veneza, Viena, Villach, Paris e Praga, estendendo-se até o início de 1958.
Em1959, é designado regente-assistente da Orquestra Sinfônica do Recife, tendo regido outras importantes orquestras do centro-sul do Brasil, destacando-se a Filarmônica de São Paulo e a Orquestra de Câmara de São Paulo.
O maestro Menucci foi também, na gestão do prefeito de Olinda, Germano Coelho(1977-1980 e 1993-1996), o idealizador e Diretor Geral da Fundação Centro de Criatividade Musical de Olinda, com o projeto profissionalizante, “De Pés descalços também se aprende música”, para jovens de baixa-renda. Além de fundador regente-titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Olinda e da Camerata de Olinda.
O mestre da educação do gosto musical do povo trabalhador deixa uma vasta obra, que vai do clássico ao popular, como o CD Mozart Camerata, em homenagem aos 200 anos da partida do prodigioso mestre de Viena e o Hino do Camponês, do início dos anos 60, em parceria com o líder das Ligas Camponesas do Brasil, Francisco Julião.
O virtuoso regente fez suas duas últimas apresentações públicas em 2015, no Engenho Galiléia (Vitória de Santo Antão-PE), berço das Ligas Camponesas no Brasil e em 2015 e no dia 7 de maio de 2016, no Teatro de Santa Isabel, no Concerto para Manoel Lisboa,
Pela Memória, Verdade e Justiça para Democracia, tendo regido o Coral do Centro Cultural Manoel Lisboa de Pernambuco, levando todo o teatro a cantar, com o Coral, sob sua regência, A Internacional.
Comitê Memória, Verdade e Justiça para a Democracia-PE
(CMVJD-PE).
Edival Nunes Cajá, coordenador.
Recife,19 de junho de 2021.