Cendhec– 32 Anos Defendendo a vida

CENDHEC – 32 Anos Defendendo a vida

Dom Helder Camara assumiu a Arquidiocese de Olinda e Recife em 12 de abril de 1964, menos de duas semanas depois do golpe militar. Chegou à Arquidiocese cheio de projetos e a certeza de que, acima de tudo, deveria defender os direitos humanos, em sua plenitude.

Ao falar sobre si mesmo, em sua chegada, no dia anterior à posse, Dom Helder disse ser “Um Nordestino falando a Nordestinos, com os olhos postos no Brasil, na América Latina e no Mundo.  Uma criatura humana que se considera ir­mão de fraqueza e de pecado dos homens de todas as raças e de todos os can­tos do mundo.  Um cristão se dirigindo a cristãos, mas de coração aberto, ecumenicamente, para os homens de todos os credos e de todas as ideologias. Um Bispo da Igreja Católica que, ‘a imitação de Cristo, não vem ser servido, mas servir.

Católicos ou não católicos, crentes ou descrentes, escutem todos minha saudação fraterna: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Conversa clara faz bons amigos”. (…)

(…) “Minha porta e meu coração estarão abertos a todos, absolutamente a todos.  Cristo morreu por todos os homens: a ninguém devo excluir do diálogo fraterno”.

Era a porta que se abria ao acolhimento de todas e todos, sem distinção de raça, cor ou religião. A AOR recebia um presente e ainda estava por descobrir o tamanho dele.

Era a Igreja se abrindo para as questões sociais e para a defesa, incondicional, dos direitos humanos. E, essa defesa, englobava a luta por uma vida digna para todos e todas.

Os chamados anos de chumbo implementaram práticas que agrediam os direitos humanos, não apenas pela precariedade das condições de vida de grande parte da população, mas com violações brutais contra à vida, como prisões sem mandatos, torturas, assassinato e desaparecimentos.

Empenhado como era, em defender o direito à vida de cada cidadão, de cada cidadã, seus irmãos e irmãs, além de sair pelo mundo denunciando as atrocidades praticadas no país pela ditadura, criou, em 1977, a Comissão de Justiça e Paz, importantíssima para a defesa dos presos políticos e perseguidos pelo regime militar. Sua atuação era uma forma de promover os direitos humanos – direitos sociais, civis e políticos, assim como os direitos econômicos, culturais e ambientais-, à luz da doutrina social da Igreja.

Também se envolveu na luta contra o extermínio de menores delinquentes no Grande Recife e implantou o Plano das Zonas de Interesse Social – PREZEIS, para a questão do uso do solo urbano.

Em 1984, ao completar 75 anos, Dom Helder teve que apresentar a sua demissão e, assumiu, em seu lugar, Dom José Cardoso Sobrinho, que, por sua postura conservadora, não permitiu que a Arquidiocese mantivesse seus polos de formação, como o Serene II e o ITER. E, claro, não poderia permitir a atuação das instituições, Comissões ou serviços pastorais que atuassem nas áreas sociais e na defesa dos direitos humanos. Por isso, sem pestanejar, desmanchou também Comissão de Justiça e Paz, deixando um vazio em sua área de atuação.

Para substituir a CJP, antigos profissionais e membros do colegiado da Comissão de Justiça e Paz de Olinda e Recife, professores e alunos do Instituto de Teologia do Recife – ITER e de militantes dos Direitos Humanos, criaram, em 02 em novembro de 1989, de maneira independente, o Cendhec – Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social, uma organização não governamental que, até hoje, atua, com competência e empenho em duas áreas muito importantes para a população carente: o direito à cidade e a defesa dos direitos da criança e do adolescente. Estas  duas linhas de atuação, têm como meta de defender direitos e fortalecer a sociedade civil para a construção de uma sociedade democrática.

 Atualmente, o Cendhec, é uma associação civil, para fins não econômicos, cuja missão é “defender e promover os Direitos Humanos, em especial de crianças, adolescentes, moradoras e moradores de assentamentos populares e grupos socialmente excluídos, contribuindo para a transformação social, rumo a uma sociedade democrática e popular, equitativa, que respeite as diversidades e sem violência.

?Visite o site do Cendhec e conheça as suas ações e faça parte dessa caminhada apoiando os  seus projetos.

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