Celebrações da Memória dos 22 Anos da Partida de Dom Helder Camara para a Casa do Pai
Era noite de uma sexta-feira que, embora parecesse igual às outras, transformou-se em uma data que não mais seria esquecida: a data da páscoa de Dom Helder Camara.
Vinte e dois anos depois, a sua memória continua tão viva quanto naquele 27 de agosto, em que, encerrando sua missão aqui na Terra, fez sua derradeira viagem.
Para celebrar a memória de sua partida, a Arquidiocese de Olinda e Recife, o IDHeC – Instituto Dom Helder Camara e o Fórum inter-religioso Gente de Fé realizaram duas celebrações.
No dia 27, às 19h, Dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e recife, presidiu uma celebração Eucarística, que teve como comentarista a irmã Paula e contou com a presença de Dom Limacedo AntoniO, bispo auxiliar da AOR e vários padres e diáconos, como o Mons. Albérico, deão da Catedral Metropolitana da Sé, onde se realizou a celebração, Pe Pedro Rubens, reitor e Pe Lúcio Cirne, vice-reitor, da Universidade Católica de Pernambuco, Pe Fabio Potiguar dos Santos, capelão das Fronteiras, Pe Josenildo Tavares, coordenador de pastortal da AOR e pároco das Graças, Mons. Luciano Brito, vigário geral da AOR e pároco de Nossa Senhora de Fátima, frei Jociel Gomes, postulador da Causa de Beatificação de Dom Helder, entre outros.
O IDheC se fez presente através de seu Conselho Curador, representado por Irmã Vanda Araújo, presidente e Elizabeth Barbosa, vice-presidente, por sua diretoria, Antonio Carlos Aguar, Christina Ribeiro, Edelomar Barbosa, Manoel Moraes e Normândia Medeiros e pelos funcionários Gercino Rufino, Luciana Valença, Filipe Xavier, Maurílio Rocha, Vanuzia Brito, Rosângela Coelho e Nícolas Viery.
O Mons. Albérico fez uma homilia muito bonita, narrando fatos da vida Dom, que mostraram o quanto ele viveu sua vida profeticamente.
Ao final da celebração, o IDHeC, representado por seu diretor-Executivo, Antonio Carlos Aguiar e pela presidente do Conselho Curador, Irmã Vanda Araújo fizeram a entrega, a Dom Fernando Saburido, das duas coleções dos escritos de Dom Helder, solicitadas pelo Vaticano, para dar continuidade ao processo de beatificação e canonização de Dom Helder .
Os documentos foram compilados em 07 coleções, totalizando 180 volumes e 63.457 páginas de textos escritos por Dom Helder, que foram formatados pelo IDHeC e digitalizados e impressos com o apoio do Governo do Estado, através da Cepe e da Fundarpe, da Prefeitura da Cidade, através da Secretaria de Cultura do Recife e da Unicap – Universidade Católica de Pernambuco.
As 7 coleções são:-
– Cartas Circulares: 24 Volumes em PDF com 8.136 páginas
– Discursos: 31 Volumes em PDF com 10.300 páginas
– Programas de Rádio: 33 volumes em PDF e 9.967 páginas
– Hemeroteca: 25 volumes em PDF com 9.580 páginas
– Correspondências: 41 volumes em PDF com 14.816 páginas
Representantes das instituições que contribuíram para que esse momento se tornasse realidade, participaram da celebração. A Srª Leda Alves, que teve um papel fundamental para que a solicitação pudesse ser atendida, representou a Prefeitura do Recife. A deputada Teresa Leitão, representou a ALEPE. Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe, e Pedro Eurico, secretário da Criança e Juventude , representaram o governo do Estado. E, Pe Pedro Rubens, representou a Unicap.
Cumpriu-se, dessa forma, a fase arquidiocesana do processo de beatificação, ficando, a partir de agora, por conta do Vaticano.
VIGÍLIA INTER-FÉ – “NÃO DEIXE CAIR A PROFECIA”
No sábado 28 de agosto, às 15h30 realizou-se a Vigília Inter-Fé “Não deixe Cair a Profecia”, no jardim do Espaço Dom Lamartine, terraço da igreja das Fronteiras.
De maneira simples, conduzida com maestria por Valmir Assis, a celebração contou com a participação de Frei Faustino, OFM -(Ordem dos Frades Menores), Josias, Teólogo Batista, Helaynne Sampaio, Yalaxé do Terreiro de Mãe Amara e irmã Vanda Araújo, do IDHeC.
Com músicas como Pesadelo, na abertura e Eu Vinha descendo a Ladeira, música feita por Alceu Valença para Dom Helder, a vigília, realizada no Chão do Dom, foi um momento de prática dos ensinamentos de Dom Helder, para quem todos e todas são irmãos, filhos do mesmo Pai e, em cujas veias, corre o sangue derramado pelo Cristo, sem diferença de cor, raça ou religião.
Dom Helder continua vivo e presente, na memória e na vida, daqueles e daquelas que acreditam e lutam pela libertação da fome, da miséria e da pobreza, tendo como missão contribuir para que “todos e todas tenham vida e vida em abundância”.