Em 1981 o dia 16 de outubro foi instituído como o DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO. Desde então vem sendo celebrada em mais de 150 países, como uma forma de conscientizar a opinião pública sobre as questões relativas à nutrição e alimentação.
Hoje em dia a questão vai mais além e a questão não se resume apenas à alimentação pura e simples, vai mais além e hoje, a preocupação é com a segurança alimentar
Em 1961 foi criado o Programa Alimentar Mundial, Programa Mundial de Alimentos ou Programa Alimentos para o Mundo, a maior agência humanitária do mundo que fornece em média a cada ano, alimentos a 90 milhões de pessoas em 80 países, incluindo 58 milhões de crianças.
No entanto apesar desse número parecer grande, infelizmente, o número de famintos no mundo é assustadoramente muito maior.
De acordo com um estudo anual da ONU cada vez mais pessoas estão passando fome. Dezenas de milhões se juntaram às fileiras de subnutridos crônicos nos últimos cinco anos, e países ao redor do mundo continuam lutando com múltiplas formas de desnutrição.
A última edição do relatório O Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo, publicado em julho desse ano, estima que quase 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019 – um aumento de 10 milhões em relação a 2018 e de aproximadamente 60 milhões em cinco anos. Altos custos e baixo poder aquisitivo também significam que bilhões não podem comer de maneira saudável ou nutritiva. As pessoas passando fome são mais numerosas na Ásia, mas esse número aumenta mais rapidamente na África. Em todo o planeta, prevê o relatório, a pandemia de Covid-19 pode levar mais de 130 milhões de pessoas à fome crônica até o final de 2020. Surtos de fome aguda no contexto da pandemia podem ver esse número aumentar ainda mais em momentos como este.
Depois de anos e anos de sua história de permanência no mapa da fome, em 2014 o Brasil, finalmente conseguiu sair desse mapa oficialmente. Mas essa gloriosa saída não durou muito.
Infelizmente, em 2020, a ONU fez um alerta: Brasil anda a passos largos de volta ao Mapa da Fome. Advertência foi dada pelo diretor do escritório do Programa Mundial de Alimentos no Brasil, Daniel Balaban.
Para Dom Helder Camara, o fim da fome foi um sonho, que ele não chegou a ver se realizar.
No final da década de 90, com o apoio de instituições filantrópicas, Dom Helder lançou, cheio de esperança a campanha \”Ano 2000 Sem Miséria\”. Para ele, era um grande constrangimento saber que, às vésperas do segundo milênio do nascimento de Jesus Cristo, milhões de pessoas ainda vivessem na miséria.
Dom Helder dizia que era o seu sonho ver o fim da miséria e saber que cada pessoa tinha garantidas as três refeições diárias.
Mais de três décadas depois de lançar o seu sonho mundo afora, ele parece estar cada vez mais longe de se tornar realidade.
Citando um trecho de uma música de Raul Seixas, Dom Helder escreveu em uma de suas crônicas que o sonho que se sonha junto é o começo da realidade.
Talvez seja exatamente isso que esteja faltando, que os sonhos sejam sonhados em comunidade, em comunhão. Quem sabe ainda podemos, todos e todas juntos, unindo forças, garra e fé, iluminados pelos sonhos de Dom Helder e pela Igreja em Saída proposta pelo Papa Francisco, descobrir que somos, realmente, todos irmãos e irmãs e que de irmão e de irmã, a gente não larga a mão.
E, a partir daí, voltaremos a sonhar com um tempo em que nçao haverá mais miséria no mundo.