UM OLHAR SOBRE A CIDADE – SEMENTES

Terça-feira, 29.8.1978

Meus queridos amigos

Divino Semeador, Tu me perguntas que sementes desejo para espalhar pela Terra? Sementes de paz! Minha geração já viu duas guerras mundiais. E, em rigor, nunca deixou de haver guerras: guerras locais, mas que ceifam vidas numerosas e arrasam cidades inteiras! É triste, Pai, ver os fabricantes de armas vivendo da morte e, não raro, vendendo armas aos dois lados em luta e insuflando o fogaréu para que haja sempre mais armas vendidas.

Que sementes desejo espalhar pela Terra? Sementes de amor!

Quanto ódio! Quanta violência! Quando cessarão os sequestros, as fuziladas, as vinganças? Quando cessarão as torturas, inclusive a de mandar os contestadores, como doentes, para hospitais de loucos, e de onde as pessoas acabam saindo feridas, para sempre, em seus cérebros.

Que sementes desejo para espalhar pela terra? Sementes de compreensão.

Quanto desentendimento entre esposos, entre pais e filhos, entre vizinhos, entre patrões e empregados, entre raças, entre povos, entre mundos!

Que sementes desejo espalhar pela terra? Sementes de ante egoísmo, de largueza de visão, de largueza de coração. Ante egoísmo. É o egoísmo que leva ao absurdo de grupos sempre mais ricos, esmagando a quase totalidade dos filhos de Deus. E como o egoísmo cega!

Quando denunciamos que há ricos sempre mais ricos e pobres sempre mais pobres, em lugar de os ricos abrirem os olhos e serem os primeiros a desejarem um Mundo mais justo e mais humano, os super ricos se irritam, achando que estamos insuflando o ódio e pregando a luta de classes. Os olhos cheios de escamas e o coração transbordando de egoísmo, não deixam ver que são eles os que estão em plena luta de classes e em pleno derrame de ódio sobre o mundo.

Que sementes desejo espalhar pela Terra? Sementes de esperança.

Há tanto desespero, tanto desengano, tanta decepção, tanta frustração, tanta desesperança! Sementes de esperança chegariam em boa hora.

Mas é indispensável, Pai, derramar sobre o mundo também sementes de fé. Fala-se em liberdade. E há liberdade, ou aparente liberdade,  sem igualdade? Fala-se em igualdade. E há igualdade, ou aparente igualdade, sem liberdade? Para haver, de verdade, liberdade e igualdade, só havendo antes verdadeira fraternidade. E só haverá fraternidade autêntica, isto é, os homens só serão mesmo irmãos entre si, quando viverem a realidade que a fé ensina, que sois Pai de todos nós, de todos, o que a todos nos torna irmãos.

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