Padre Fabio Potiguar
15 de julho de 2020
Nunca passou pela minha cabeça, nunca bailou em meu coração que celebraria a missa em ação de graças pelos 25 anos de ordenação presbiteral, eu, um padre de fronteiras, na Igreja das Fronteiras.
A Comissão de Justiça e Paz é uma Comissão de fronteiras.
A Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso é uma Comissão de Fronteiras.
O Instituto Dom Helder Camara é um Instituto de Fronteiras.
Nunca passou pela minha cabeça, nunca bailou em meu coração que celebraria a Missa em ação de graças pelos 25 anos de ordenação presbiteral AQUI, onde na sacristia viveu DOM HELDER CAMARA e na igreja, ele, repleto do Espirito Santo, por Cristo, com Cristo e em Cristo, ele, DOM HELDER PESSOA CAMARA, oferecia ao Pai, neste altar, o Sacrifício Pascal de Cristo em torno da mesa da Palavra e da Mesa da Eucaristia. Mistério da morte e ressurreição do Senhor. Celebração da salvação e da redenção do mundo.
No Batismo, morremos para vida velha e ressuscitamos para vida nova. Na nossa existência participamos dos sofrimentos de Cristo, sua morte e participamos de sua ressurreição, em nossas alegrias. Na liturgia anunciamos e celebramos sua morte e ressurreição até o dia em que morreremos de fato e ressuscitaremos plenamente.
Dom Helder celebrava a missa com o corpo, com a alma e com o espírito. Dom Helder celebrava a Missa com o seu ser inteiro e por inteiro. Completamente!
Dom Helder Camara celebrava a Missa como um santo, um místico, um poeta. Ele, um poeta, um místico, um santo.
Dom Helder Camara antes de ser um profeta, antes de ser um bispo comprometido com a promoção da dignidade humana, das causas da justiça social, dos pobres e excluídos, antes de ser um bispo da defesa das liberdades e da democracia…
…Dom Helder Camara era sobretudo um homem de oração. Um homem de oração. Um homem de oração. Um homem de profunda intimidade com Deus. Por causa disso se torna um símbolo no mundo inteiro para promoção, proteção e reparação dos Direitos Humanos. Sejam os Direitos Humanos civis e políticos, assim como os Direitos Humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais.
Era porque encontrava Deus aqui neste altar, que Dom Helder encontrava Deus o tempo todo e, todo tempo, na beleza das Artes, ele também um artista. É porque era um homem que encontrava Deus aqui neste altar que ele encontrava apaixonadamente Deus na criação inteira. Era porque era um homem que encontrava Deus aqui no altar que encontrava Deus sobretudo e, especialmente, aonde Deus nos mandou, nos ordenou e nos disse que nós o veríamos, ou seja, no pobre tão bem ilustrado em Mateus capítulo 25.
Evidentemente que encontrava Deus em todas as pessoas e, que amava e tratava com respeito e delicadeza a todos, os ricos e a classe média. Era amigo de muitos deles. Não foi pouco o número de pessoas ricas e da classe média, que contribuíam e até trabalhavam com ele.
É uma alegria e uma honra sem tamanho ser o Capelão da Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Igreja das Fronteiras na Arquidiocese de Olinda e Recife.
Nada, absolutamente nada, a não ser o evangelho, movia Dom Hélder Câmara a olhar Jesus nos pobres e procurar uma resposta emergencial e buscar também uma resposta estruturante, nascida do seu coração de bem aventurado que era, porque o seu coração tinha fome e sede de justiça, e também porque o seu coração era um coração artífice da paz.
Dom Helder Camara Pessoa, igual a outros poetas salmistas do Antigo Testamento, era o salmo 85 em pessoa “A verdade e o amor se encontram. A justiça e a paz se abraçam”.
Nunca passou pela minha cabeça, nunca bailou em meu coração que celebraria a missa em ação de graças pelos 25 anos de ordenação presbiteral tão sozinho por causa de uma pandemia. Mas confesso que nesta minha solidão não estou sozinho.
Abraço a Deus, abraço a Igreja, abraço minha família – minha amada mãe DONA QUIÊTA, repito minha mãe e meus irmãos, cunhados, sobrinhos e familiares. Abraço meu pai CHICO PÍUBA, que faria hoje 91 anos, e celebra comigo diretamente daquela parte do Credo que professamos como “Comunhão dos Santos”.
Abraço a família Jansen, minha segunda casa, abraço meus amigos, abraço especial e especificamente os pobres e oprimidos tão sofridos pela exploração, abraço a humanidade inteira de todas as raças, classes sociais, línguas, credos e nações, abraço a criação tão bela e tão sofrida pela devastação .
Celebro numa comunhão muito grande com o IDHEC – INSTITUTO DOM HELDER CAMARA, responsável por essa Igreja, a Casa, o acervo do Dom e a Casa de Frei Francisco com os vários projetos sociais. Celebro em comunhão com a Paróquia de Santana em Currais Novos, sertão do Seridó Potiguar, que celebra nestes dias nossa Padroeira. Celebro em comunhão com os irmãos da Casa Geral dos Monges Trapista em Roma onde vivi um ano, os monges da Trapa de Mont-des-Cats na França onde vivi quase dois anos, a Paróquia de Nossa Senhora de Pestello, Montevarchi, na Itália, onde trabalhava nos finais de semana, a Paróquia de São João Batista em Arez, minha primeira paróquia, quando voltei para o Brasil, Paróquia de São João Batista em Natal, de Nossa Senhora de Fatima-Parnamirim, na Praia de Pirangi, na Paróquia de Santa Teresa no Rio tão charmosa Santa Teresa, na Paróquia de Santa Luzia em Belo Horizonte, na Paroquia de São Miguel Arcanjo em São Miguel do Gostoso, na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário no Rio das Velhas, na Paróquia de Montreux na Suíça onde por três anos consecutivos tirava as férias do pároco, celebro com as Irmãs da Congregação do Amor Divino e as Filhas de Caridade e, agora a Paróquia das Graças onde estou com o Povo de Deus daquela paróquia e o Padre Josenildo. Celebro em comunhão com todos os padres de nossa Arquidiocese. Celebro em comunhão com o PAPA FRANCISCO, tão parecido com Dom Helder. Celebro em comunhão com o meu pai e pastor e também amigo DOM FERNANDO SABURIDO bispo da Igreja de Deus que está em Olinda e Recife. Deste modo, não estou sozinho. Abraço o mundo inteiro. O padre nunca celebra só pois é Cristo que celebra, Cristo cabeça, ali no ministro e Cristo corpo que é a sua Igreja em comunhão com a Humanidade e o Cosmos.
O Evangelho, palavra da salvação, nos proclama O LAVA PÉS.
Na noite em que ia ser entregue aquelas mesmas mãos de Jesus que tomaram o pão e depois o cálice com vinho, são as mesmas mãos que tomaram jarra, bacia e toalha nas mãos. No primeiro momento, ele instituiu a Eucaristia. No segundo o momento ele instituiu o Mandamento Novo do amor.
A ceia é a fonte e o ápice, o chão e a cumeeira da vida e da liturgia da Igreja. O lava pés é consequência daqueles e daquelas que tendo tomado do cálice da nova aliança não podem mais fazer outra coisa senão tomar a bacia do novo mandamento. Nova Aliança. Novas Criaturas. Cântico Novo. Boa Nova. Mandamento Novo. Novas estruturas socioambientais. Novo céu e nova terra, a Nova Jerusalém.
O PADRE É UM LAVADOR DE PÉS. Jesus nos mandou lavar os pés uns dos outros. Ele disse que se a gente lavar os pés das irmãs e dos irmãos, a gente será feliz.
Deus nos ajude a sermos uma Igreja Servidora. Uma Igreja mansa e humilde de coração igual ao coração de Jesus. Uma Igreja que não caia nas tentações da ostentação mundana, profana e pagã dos deuses gregos e dos romanos. O lava pés é um convite permanente a uma Igreja da sobriedade, singela, humilde e bela.
Aliás, não podemos esquecer que se aqui na terra Jesus, Deus com o Pai e o Espírito Santo, e humano conosco, tomou bacia e tolhas nas mãos para mostrar o seu senhorio, lá no céu ele toma bandeja e avental para servir aos que chegam ao festim celestial. “ felizes os servos que o senhor, à sua chegada, encontrar vigilantes. Em verdade digo a vocês, ele se cingirá e os colocará à mesa e, passando um por um, os servirá” (Lc 12,37).
Tomemos a jarra, a bacia e a toalha nas mãos.
Compartilho um poema que Padre Bentinho mandou para mim de Madeleine Delbrel
“Se eu tivesse que escolher uma relíquia de sua Paixão
Gostaria de ter exatamente esta bacia cheia de água suja.
Girar o mundo com esse recipiente
E a cada pé cingir-me da toalha
E me inclinar lá em baixo,
Jamais levantando a cabeça mais que a panturrilha
Sem distinguir os inimigos dos amigos.
E lavar os pés do vagabundo, do ateu, do viciado,
Do preso, o assassino, dos que não me cumprimentam mais,
Desse companheiro para quem eu nunca oro.
Em silêncio.
De modo que todos percebam no meu o Seu Amor” .
Madeleine Delbrel
Se o Evangelho nos faz entender e sentir que o PADRE É UM LAVADOR DE PÉS, a Primeira Leitura diz ao nosso intelecto e afeto que o PADRE É UM VASO DE BARRO. “Carregamos, porém esse tesouro em vasos de argila” (2 Cor 4,7).
No dia de nossa ordenação, o PAI, nos ungiu com o ESPÍRITO SANTO e nos configurou ao seu FILHO Cristo Sacerdote, de tal modo que, se já éramos pelo batismo partícipes do sacerdócio régio de Jesus, naquela noite, sem nenhum merecimento de nossa parte, fomos configurados ao sacerdócio ministerial de Cristo, para, “in persona Christ”, viver, celebrar e anunciar a Páscoa e sermos consagrados ao seu serviço, da Igreja, da Humanidade e da Criação. Fomos ordenados eu e os padres Valquimar, Everaldo e Amaurilio. Celebro esta Missa em comunhão também com eles.
Porém, ser padre não é motivo de glória ou vaidades. Somos potes de barro. Somos frágeis. “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para demonstrar que este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós mesmos” (2 Cor 4,7).
“Todo sacerdote, com efeito, tomado dentre os homens, é constituído em favor dos homens no que respeita às suas relações com Deus. Sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. É capaz de ter compreensão por aqueles que ignoram e erram, porque ele mesmo está cercado de fraquezas e é acometido de todos os lados pela fraqueza. Por causa dela deve oferecer, tanto em favor de si mesmo como do povo, dons e sacrifícios pelos pecados” ( Hb 5,1-3 ).
A Segunda Leitura nos lembra de nossas fraquezas.
Na minha fraqueza encontro Jesus. “Por certo, ele foi crucificado em fraqueza, mas está vivo pelo poder de Deus. Também nós somos fracos nele, todavia com ele viveremos pelo o poder de Deus”. ( 2 Cor 13,4 ). O Apóstolo Paulo escuta de Deus numa experiência extrema de fraqueza: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder” ( 2 Cor 12,9 ). Continua Paulo mais adiante, “Por isso eu me alegro nas minhas fraquezas, pois quando sou fraco, então é que sou forte”( 2 Cor 12,10). Nós somos homens retirados do meio dos homens ao serviço dos homens.
Como é bela a experiência, ainda que dolorosa, daqueles que foram e voltaram como o Filho Pródigo e, mais do que num tratado, puderam entender e sentir a misericórdia de Deus. Na parábola Deus abraça e beija o menino. Na parábola Deus canta e dança com o menino. O irmão mais velho ouviu de longe barulho de música e de dança. Na parábola Deus devolve a dignidade perdida com uma roupa nova, sandálias e anel. Para Deus perdoar é uma festa! Esta parábola não é para mim uma parábola.
O PADRE É UM PORTADOR DO AMOR.
O padre é portador de uma Boa Nova, foi ungido também para isso.
A boa nova não se transmite com palavras e atos de ódio. A Boa nova se transmite com palavras e atos de amor.
“Nisto todos saberão que vós sois os meus discípulos, se amardes uns aos outros, como eu vos tenho amado” (Jo 13,35). “Vejam como eles se amam! ”, diziam os judeus e os gentios a respeito dos cristãos. “Se vós amais somente aqueles que vos amam, qual a diferença entre vocês e os publicanos? ” (Mt 5,46).
A boa nova não se transmite com palavras e atos de ódio. A Boa nova se transmite com palavras e atos de amor.
A boa nova não se transmite com palavras e atos de violência. A boa nova se transmite com palavras e atos de paz.
“Bem aventurados os que promovem a paz” (Mt 5, 9). Aquele que disse “eu vou dou um novo mandamento do amor”(Jo 13,34) , foi o mesmo que disse “eu vos dou a minha paz”(Jo 14,27).
Com o avanço do ódio e da violência no mundo inteiro e no país, nós não podemos ser fascinados a não ser pela paz e o amor que vem do nosso grande Deus, Senhor e Salvador Jesus Cristo (Tt 2,13).
Penso nos que sofrem todo tipo de preconceito e toda sorte de discriminação só porque é idoso, mulher, negro, índio, pessoa com deficiência física ou mental, só porque é católico ou evangélico, só porque é de religião de matriz africana, ou, ainda, por causa de sua opção política ou orientação sexual. Em nenhuma página do Evangelho Jesus mandou odiar. Odiai-vos uns aos outros! O cristão conjuga o verbo amar. Eu amei. Eu amo. Eu amarei.
Em primeiro lugar amar, em segundo lugar amar… em último lugar amar, até mesmo o que nos odeiam ou têm inveja de nós. Uma das formas de amar é pedir perdão ao irmão, se erramos. Ou então, de perdoá-lo se foi ele que errou.
Um coração que carrega a disputa, o despeito, a inveja, o ciúme, o rancor, a mágoa, o passar a perna no outro, o carreirismo e o ódio é um coração pesado. O coração de Jesus é manso e humilde, um coração amoroso que tendo nos amado nos amou até o fim. Amar torna o jugo suave e o fardo leve. Quem ama, se ele reparar direito, verá em si, asas invisíveis debaixo dos braços, na pá das costas, na escapula. Quem ama, como não tem só pó de terra nos sapatos, quem ama pode cantar com Milton Nascimento, “meu nome é Pablo, pó de nuvens no sapato. Como o trator é vermelho e incêndio nos cabelos”.
PANDEMIA
Vivemos um tempo de pandemias e pandemônios. Mas, Por mais paradoxal e contraditório que possa ser, esse tempo também pode ser um tempo de graça, oportuno e favorável. (2 Cor 6,2) Certo, é Tempo de incerteza, insegurança, precariedade, vulnerabilidade, improvisos. Tempos de trabalho na informalidade, tempos de desemprego e fome. Tempos de uma escandalosa concentração de renda.
Tempo onde sentimos um vazio, um oco, um buraco, uma saudade. Tempo de graça, oportuno e favorável para retomada ou, crescimento, da vida espiritual, de nossa dimensão religiosa, tempo para mística. De um encontro consigo mesmo e um encontro profundo e pessoal com Deus. Sem alienação podemos estar a viver um Retiro.
Tempo de viver como nunca dentro de casa uns com os outros sem os intervalos do trabalho, do estudo ou do lazer. Tempo de graça para renovar de que temos uma família. Esposa, esposa, companheiro, companheira, pai, mãe, avô, avó, tio, tia, primos. E conviver não é fácil. Mas pode ser uma quarentena, uma quaresma para a gente ser mais família.
Tempo da constatação de que a Economia deve ser regida – não pela ganância dos poderosos desta terra, não pela exploração dos pobres, não pela devastação da natureza – e sim uma economia, que antes do lucro legítimo, tenha como centralidade a dignidade da pessoa humana e o respeito ecológico. Ou nos salvamos juntos ou nos perdemos todos e todas!
Compartilho também o Salmo Responsorial. Se dizia que o PADRE É UM LAVADOR DE PÉS e também um que O PADRE UM VASO DE BARRO, agora, à luz do Salmo 15 – o salmo sacerdotal por excelência – posso dizer com todas as letras que o que o PADRE É CASADO COM CRISTO.
Sempre fico incomodado quando tenho que preencher cadastros e colocar no meu estado civil, “solteiro” e na profissão, “ministro religioso”. Ser padre não é trabalho nem emprego. Faço internamente contrariado.
Eu não sou solteiro. Eu sou casado. Celebro esta Missa de Bodas de Prata de Ordenação Sacerdotal como se fosse uma Missa de Bodas de Prata de Casamento.
Se a Igreja, toda Ela, é a Esposa Amada de Cristo, o padre por causa de sua consagração, antecipa, nele, aqui na terra, mesmo caindo e se levantando, o que a Igreja vai ser um dia lá no céu em plenitude, a Esposa de Cristo.
Eu, Fabio, sou casado com Cristo. Jesus de Nazaré, Deus com ao Pai e o Espirito Santo e Humano conosco.
“Transborda um poema do meu coração; †
vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.
Sois tão belo, o mais belo entre os filhos dos homens! †
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.
Eu, Fabio, sou namorado de Jesus Deus com o Pai e o Espírito Santo e Humano conosco.
“Digo ao Senhor MEU NAMORADO: “Somente vós sois meu Senhor: *
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, *
meu destino está seguro em vossas mãos!
– Foi demarcada para mim a melhor terra, *
e eu exulto de alegria em minha herança
CONTINUO A DIZER AO MEU ESPOSO
Eis por que meu coração está em festa, †
minha alma rejubila de alegria, *
e até meu corpo no repouso está tranquilo;
– pois não haveis de me deixar entregue à morte, *
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida;
COM O SALMISTA, MESMO TENDO JÁ SIDO INFIEL, POR CAUSA DOS MEUS PECADOS. PERDÃO, Ó AMADO DA MINHA ALMA. MAS QUERO DIZER COM O SALMO
junto a vós, felicidade sem limites, *
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
RENOVAI EM MIM, O PRIMEIRO AMOR! O jubileu é um dia de reconciliação com Deus, com as pessoas e sobretudo, sobretudo comigo mesmo.
Obrigado Padre Marcelo Barros por sua carta sobre o significado bíblico do Jubileu!
Jesus é o Amado da minha alma. Me encontro naquele livro sagrado escrito em forma de poesia no Antigo Testamento, falo do livro Cânticos dos Cânticos. “Beija-me com os beijos de sua boca”, isso é só o começo. O Amado e a Amada. Deus e Israel seu Povo. E, os cristãos não demoraram a entender que era Cristo e sua Igreja.
São João da Cruz e Santa Teresa D´Ávila nos ajudam a viver esse amor esponsal.
“De noite, em minha cama, busquei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei.
Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade;pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma;busquei-o, e não o achei.
Acharam-me os guardas, que rondavam pela cidade;eu lhes perguntei: Vistes aquele a quem ama a minha alma?
Apartando-me eu um pouco deles, logo achei aquele a quem ama a minha alma; agarrei-me a ele, e não o larguei jamais” (Cântico dos Cânticos 3,1-4).