Terça-feira, 16.4.1974
Meus queridos amigos
Escutem esta meditação que depois procuraremos aprofundar. Caminhar no amor:
“Mesmo que o ódio, em volta, torne impossíveis os caminhos, o amor salta abismos, não se fere em pedras e espinhos… Caminhar no amor não será aventura ao mesmo tempo ridícula ou de todo inútil. O amor não pensa em êxitos, não exige vitórias, não pede, não mede, não conta — ama.”
Caminhar no amor. Os namorados costumam dizer ou pensar: Amar sempre mais, hoje mais do que ontem e menos que amanhã.
Caminhar no amor a Deus e ao próximo. Não parar. Quem para, dá para trás. É arrastado pelas águas.
Levanta-se a dúvida: Mas amar, mesmo quando se está cercado de ódio? Amar a quem é bom, amável, leal, amigo, é fácil demais. O difícil é, no meio da incompreensão, das intrigas, do ódio, não guardar nem sombra de ódio no coração. A dúvida se torna ainda maior: mas de que adianta? Amar a quem nos odeia só serve para aumentar a irritação contra nós: parece zombaria.
Deus não exige que a gente vença, que se tenha a última palavra. Se tivéssemos o dom de desfazer as intrigas, de fazer o ódio sumir, de espalhar compreensão, amor e paz, já receberíamos a recompensa aqui na Terra…
Aliás, o melhor do amor é dar sem pesar, sem medir, sem contar…
Isto de amar apenas a quem nos ama — isto de sair de balança na
mão e quando colocarem num prato da balança 500 gramas, colocar no outro prato também 500 gramas, é comércio, é o que quiserem.
Só não é amor.
A medida do amor é não ter medida. Caminhemos no amor a Deus, no amor ao próximo!…