DONA CARMELITA FAZ CEM ANOS! VIVA A VIDA!

Viver é uma arte. Sempre ouvimos essa frase. E, como dizia Dom Helder, “Feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver”. E isso, com certeza, Dona Carmelita teve durante toda a sua vida, sempre preocupada em ajudar aos pobres a terem melhores condições de vida.
Teria encontrado essas razões ao trabalhar ao lado de Dom Helder no banco da Providência? Ou quem sabe até as lições que o Dom não aprendeu com ela?
Dona Carmelita chega aos cem anos com a serenidade e a beleza daqueles que cumpriram a sua missão.
Na última terça-feira, dia 12 de novembro, sua família reuniu os amigos e familiares para juntos, celebrarem a vida de Dona Carmelita, com uma missa em ação de graças, celebrado pelo Pe. José Augusto Esteves, amigo de longa data.
A celebração, organizada por Ir. Vanda Araújo, aconteceu na igreja das Fronteiras, com uma igreja lotada de pessoas que foram abraçar D. Carmelita, com muita alegria.
Antes da bênção final Pe. José Augusto leu uma crônica de Dom Helder, escrita para o programa Um Olhar Sobre a Cidade, chamada Envelhecer que emocionou os presentes.
“ENVELHECER
Esta Meditação serve para todos, embora seja especialmente dedicada a quem está avançando nos anos…
Velhos vinhos
Agora
Que a velhice começa
Preciso aprender com o vinho
A melhorar envelhecendo
E sobretudo
A escapar
Do perigo terrível
De, envelhecendo,
Virar vinagre
 
É tão importante saber envelhecer! Saber descobrir o encanto de cada idade. Sem dúvida, há limitações que a velhice traz. Mas feliz de quem envelhece como as frutas que amadurecem sem travo…
 
Feliz de quem envelhece por fora, conservando-se jovem por dentro; crescendo em compreensão para com tudo e para com todos, caminhando, sempre mais, no amor a Deus e no amor ao próximo…
 
Quem conserva acesa a sua chama, quem mantém o entusiasmo pelo que faz, quem sente razões para viver, pode ter o rosto cheio de rugas e a cabeça toda branca, é jovem! Quem não entende a vida, e não descobre razão para viver, e não vibra, não se empolga, pode ter vinte anos, mas já envelheceu!
 
Adulto que não entende os jovens, que vive dizendo que no seu tempo não era assim, que reclama contra tudo, cava um valado que o impede de atingi a gente moça.
 
Conheço uma senhora que já é bisavó, e é confidente das netas e dos netos. É claro que os aceita como na realidade se apresentam.
 
Tive a ventura de estar em três audiências privadas com o Papa João XXIII: ele com os seus oitenta e três anos de idade, foi o jovem mais jovem que encontrei na vida…
 
Qualquer que seja a sua idade, guarde esses pensamentos:
 
– o importante não é viver muito ou viver pouco, mas realizar na vida o plano para o qual Deus nos criou. As rosas, a rigor, vivem um dia. Mas vivem plenamente porque realizam o destino de graça e de beleza que vêm tratar à terra…
 
– se sentiram que os anos passam, e a mocidade se vai, peçam a Deus para si e para os que se tornam menos jovens, a graça de envelhecer como os vinhos envelhecem – tornando-se melhores – e, sobretudo de, envelhecendo, não azedar, não virar vinagre…”
 
Após a celebração todos e todas foram convidados a cantar os parabéns no Espaço Dom Lamartine ou, como é mais conhecido, o Terraço das Fronteiras.
D. Carmelita Dueire é mãe da presidente do Conselho Curados do IDHeC, Teresa Duere.
A diretoria do IDHeC, membros do Conselho e funcionários estiveram presentes para celebrar a festa da vida de D. Carmelita.

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