Pe. Rõmulo Remígio |
Dia seis de outubro de 2019 foi uma data marcante para muitos dos romeiros que sonhavam conhecer a casa, a igreja e o museu de Dom Helder Camara, aquele que para nós já é santo mesmo antes de ser declarado pela Igreja.
No sábado, dia cinco de outubro, foram se achegando pessoas de Aroeiras, Gado Bravo, Soledade, Pedra Lavrada, Nova Palmeira e Campina Grande. A romaria teve o seu início desde o dia em que começamos a nos articular para contratar o ônibus, contactar com as Irmãs de Caridade para almoçarmos na casa delas, ver com o pessoal do IDHeC para abrirem as portas do Museu… Tudo isso aconteceu de maneira muito tranquila e cheia de unção. A acolhida dos membros do Instituto Dom Helder Camara, do Padre Fábio e das Filhas da Caridade foram especiais o que nos permitiu imergir na vida daquele homem de Deus que por onde passou dedicou-se a fazer o bem, a exemplo do Mestre Jesus.
O que mais nos tocou:
A simplicidade dos ambientes por onde passamos: a sacristia-morada do arcebispo Dom Helder. De maneira especial o seu quarto nos chamou atenção, o jardim e o portão por onde acolhia sem distinção a todos que ali acorressem. Tocou-nos de maneira especial a humildade daquele homem que se esvaziou para servir, sobretudo aos mais pobres, contribuindo para sua dignidade. E como não falar o quanto percebemos da sensibilidade daquele bispo com a pessoa humana?!
O ambiente todo nos contagiou com o bem ali impregnado. Ficamos contagiados e desafiados nestes tempos em que há uma tentação grande de querermos ser servidos e não nos tornarmos servidores.
Algo também nos chamou atenção! Na sua pequenez e simplicidade estava o desenho do burrinho montado por Jesus e o dizer: “O Senhor precisa de mim”! Aí está contida a espiritualidade de Dom Helder: dar a sua vida para que o Senhor possa chegar aonde for necessário.
Um homem santo pelos seus gestos e amor à Palavra de Deus, transformando a vida em verdadeira caridade! Um profeta!
Um homem, profeta que com o seu jeito de viver e acolher as pessoas mostrava o seu imenso amor por Jesus na pessoa do irmão com quem se encontrava.
Terminamos a romaria muito renovados e na certeza de que a nossa visita à casa do profeta Dom Helder Camara não nos permitiu chegar em nossas residências da mesma maneira como de lá saímos.
Padre Rômulo Remígio Viana – Diocese de Campina Grande-PB
Um comentário sobre “UM PROFETA MOROU AQUI”
Foi EXATAMENTE este sentimento que marcou a min e minha esposa, quando visitamos o Memorial. Saber que uma das pessoas mais influentes do Vaticano II, foi morar depois em um tão simples e despojado é uma lição de vida inesquecível. De de fato, aquele é um lugar em que morou um profeta.