O ano de 2019 iniciou com a experiência da perda irreparável causada pelo incêndio no Museu Nacional. Tal impacto deixou uma marca indelével na nossa memória. Ao mesmo tempo, essa crise proporcionou que o Ibram, os museus, seus profissionais e a própria sociedade buscassem novas formas de prevenção, gestão e manutenção, para que possamos cumprir a função primordial de preservação e comunicação daquilo que nos une, pois ao mesmo tempo remete a uma lembrança pessoal e coletiva.
A compreensão de que os museus são guardiões das nossas memórias, dos nossos afetos e, por excelência, espaços que auxiliam as pessoas na busca e na manutenção da sua identidade, nos envolve – enquanto indivíduos parte dessa relação – numa série de responsabilidades compartilhadas na tarefa de preservar. O ato de produzir processos, guardar artefatos e expor memoráveis coleções, sem abrir mão da segurança, demanda batalha diária contra os mais variados agentes de riscos que ameaçam de maneira incessante a integridade física e química dos museus e seus acervos, pois existir é correr riscos e resistir é combater riscos.
Assim, a experiência de estar no museu nos permite transcender o objeto em si, e possibilita estabelecer um elo quase que mágico entre o tangível e o intangível. E para compreendermos como essa laboriosa tarefa de tornar possível a relação entre o museu, o público e os bens é importante olhar mais atentamente para os bastidores de cada instituição museológica. Vamos então perceber que há uma série de ações de caráter técnico e administrativo diariamente desenvolvidas em busca de alcançar a sua plena função.
É este o intuito da 13ª edição da Primavera dos Museus: envolver ainda mais os públicos de museus na aventura de conhecer, preservar e compartilhar memórias.
Olhar os museus por dentro para ficar por dentro dos museus permitirá explorar os aspectos do cotidiano museológico aplicados aos diversos métodos legais, éticos, técnicos e científicos, aos quais as coleções/museus são submetidas no constante processo de formação, organização, conservação e exposição para interação e fruição pelas pessoas ou grupos sociais.
Para o estudioso dos Museus e da Museologia Huges de Varine, “o cidadão é um ser responsável, individual e coletivamente, por seu presente e por seu futuro. Para isso, precisa reconhecer, respeitar e utilizar o patrimônio que o define em sua diferença e o inscreve numa continuidade”.
Assim, convidamos os museus brasileiros a tecerem coletivamente esta reflexão sobre o momento em que o patrimônio cultural brasileiro está inserido, e apresentar os museus por dentro, buscando fortalecer a relação públicos/museu a partir da ótica da preservação e suas práticas multifacetadas enquanto ato compartilhado entre o cidadão e o seu bem cultural.
INSTITUTO DOM HELDER CAMARA
O IDHeC – Instituto Dom Helder Camara, criado em 1984 por Dom Helder Camara, tem hoje um papel fundamental na preservação e divulgação da vida e obra de seu fundador.
Tem por objetivo realizar ações concretas em favor da dignidade da vida humana em todas as suas dimensões. Integrando às ações do IDHeC encontra-se o Memorial Dom Helder Camara cuja missão é incentivar a preservação e divulgação da memória do DOM. O Memorial Dom Helder Camara compreende a Igreja das Fronteiras, a Casa-Museu, a Exposição Permanente e o Espaço Dom José Lamartine, localizados na Rua Henrique Dias, 278, no Bairro da Boa Vista, Recife – PE.
OBJETIVO GERAL DA AÇÃO DA 13ª SEMANA DA PRIMAVERA
Potencializar a divulgação e a visitação do Memorial Dom Helder Camara a partir da 13º Primavera dos Museus, tendo como base uma relação entre as demais Casas-Museus na Região Metropolitana do Recife e as escolas circunvizinhas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Difundir a memória de Dom Helder Camara através de reflexões no campo social, cultural, histórico, visando práticas cidadãs;
2. Divulgar amplamente o Memorial Dom Helder Camara, sobretudo sua Casa-Museu;
3. Estabelecer relações com outras Casas-Museus no Estado de Pernambuco, de modo especial, na região metropolitana do Recife e escolas circunvizinhas;
4. Fomentar um amplo espaço de sinergia entre as Casas-Museus e as escolas;
5. Participar ativamente da 13º Primavera dos Museus, com maior dinamismo durante o período proposto;
6. Desenvolver palestras, rodas de conversas, cronograma de visitações e apresentações culturais com base na temática da 13º Primavera dos Museus, dialogando na perspectiva cotidiana da Casa-Museu de Dom Helder Camara, suas histórias e labutas diárias.
Durante a 13ª Primavera dos Museus, o Memorial Dom Helder Camara trará como norte metodológico diálogos a partir de rodas de conversa, palestras, cronograma de visitações e apresentações culturais.
As Rodas de Conversa têm como objetivo envolver o público numa forma mais dinâmica e participativa. Foram pensadas duas rodas de conversa: Casas-Museus: perspectivas e horizontes e A Construção do Homem: as ações sociais e políticas do DOM da Paz.
PÚBLICO ALVO
O público alvo da 13ª Primavera dos Museus são os estudantes e professores das escolas e universidades, tanto da rede pública quanto privada, mas as suas atividades estarão abertas para quem quiser participar.
A13ª Primavera dos Museus contará com muitas atividades que serão divulgadas em breve aqui no blog, assim como as informações sobre como participar.
Anote em sua agenda para não perder os eventos: de 23 a 27 de setembro.