Sexta-feira, 23.4.1982
Meus queridos amigos
Conversando com uma senhora doente e apavorada com a morte, disse a ela: Como ter medo da morte, quando desde criança a senhora pede a graça da boa morte? Ela respondeu imediatamente:
“Mas aí é que está o meu medo: nunca me lembrei de pedir uma boa morte!”
Minha senhora! Quantas vezes a senhora disse: “Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte!”. O espanto e a alegria da boa senhora foram enormes. Precisamos, todos nós, estar mais atentos ao que rezamos e ao que cantamos, como hinos religiosos.
A Ave-Maria é linda para ser rezada. Ótimo começar pensando nos anjos, já que a Ave-Maria começa com a saudação do Arcanjo Gabriel, quando veio perguntar, em nome do Pai, se Maria aceitava ser Virgem-Mãe, por obra do Espírito Santo.
Podemos, mentalmente, desejar que os anjos todos nos acompanhem cada vez que dizemos: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco!” Vem a seguir uma palavra que foi dita por Santa Isabel, quando ela ia ser mãe de São João Batista e Nossa Senhora, grávida, veio passar três meses ajudando a prima que ia ter filho já idosa.
Isabel disse e nós repetimos: “Bendita sois entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!” Os pedidos vêm na segunda parte da oração: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte!”
Agora, quem não precisa a cada instante, em cada momento, das orações da Mãe querida? Sobretudo quando se tem o bom hábito de jamais rezar pensando apenas em si. Uma amiga inteligente e muito espirituosa me disse que não tinha coragem de rezar, com receio de amolar Nossa Senhora, repetindo 50 vezes o mesmo pedido. Este perigo não existe para quem reza com os amigos, os parentes, os conhecidos e a humanidade inteira no pensamento e no coração.
A gente vai pensando nas pessoas, nas situações, nos problemas de quem está perto e de quem está longe. De conhecidos e desconhecidos, pensando até, e muito, em quem não vai com a nossa cara e chega, quem sabe, a se julgar inimigo nosso. Rogai por nós pecadores, agora – e mesmo que eu não saiba o que se passa com as criaturas, nossa Senhora sabe… E é tão importante pedir que a Mãe de Deus e Mãe dos homens, Mãe da Divina Graça, a Mãe dos pecadores, reze por nós na hora de nossa morte!
Nenhum de nós sabe nada a respeito da própria morte. Não sei se ela, a Irmã Morte, está perto ou está longe. Não sei se vou morrer em casa, cercado de amigos ou no meio da rua. Uma certeza podemos ter: depois de pedir tantas vezes que a Mãe querida reze por nós na hora de nossa morte, pode faltar todo mundo — Ela estará conosco, ajudando-nos a enfrentar o mistério da partida, chegando-nos nos olhos e levando-nos para a Casa do Pai, pelos merecimentos de seu Divino Filho, nosso Irmão Jesus Cristo… “Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém!”