FÓRUM ARTICULAÇÃO E A SEMANA DA CLASSE TRABALHADORA

O que estamos fazendo? Qual o papel da nossa Igreja? E nós leigos, como estamos nos articulando? Onde estão os grupos, os movimentos, as instituições que lutam pela construção de um mundo melhor e mais digno, onde todos e todas tenham vida em abundância?

Provocados por estes questionamentos proféticos de Geraldo Leite, do Movimento de Trabalhadores Cristãos em uma reunião do Encontro da Partilha e preocupados com posições estranhas de alguns líderes religiosos e de grupos de leigos desconectados do Evangelho de Cristo, teve início uma conversa entre alguns movimentos, sobre articular um fórum para dialogar com a população e mostrar de que lado a Igreja deveria estar a respeito do Golpe Jurídico Parlamentar de 2016.

Inspirados na provocação do Papa Francisco, de sermos Igreja em saída e no documento da CNBB a respeito da PEC da morte que congelava os investimentos públicos (698/16 27/10/2016), alguns grupos, movimentos, pastorais e instituições começaram a se encontrar e efetivar esta aliança de articulação, nascendo aí o Fórum de Articulação de Leigas e Leigos.

Representantes do recém-criado Fórum apresentaram a proposta ao arcebispo Dom Fernando Saburido, acolhida imediatamente por ele.
A primeira ação do Fórum foi a I Vigília pela Democracia, tendo como pano de fundo agregador a celebração pela Páscoa de D. Helder – símbolo pela defesa da democracia e pelos direitos dos excluídos de nossa sociedade. Foi realizada em 06 de dezembro de 2016, nos Manguinhos, que abriu as suas portas para receber a Vigília e a sua luta pela democracia.
Dois meses depois realizou-se a II Vigília pela Democracia, em 7 de fevereiro de 2017, tendo como tema a Reforma da Previdência e a celebração dos 108 anos de nascimento de Dom Helder.

Os dois eventos tiveram repercussão na imprensa e nas redes sociais, inspirando diversas vigílias por todo o país em defesa da Democracia. Esse segundo evento reuniu em torno de 500 pessoas nos jardins do Palácio de São José dos Manguinhos.
No transcorrer dos eventos, em especial estes dois primeiros, percebia-se, a partir da entrada de cada participante, de cada cidadão, de cada cidadã inconformados com a atual realidade, a expressão de ansiedade pelo momento e a percepção de sinais de novos tempos pelo reencontro do povo das diversas comunidades, grupos e movimentos em uma casa tão simbólica quanto o Palácio dos Manguinhos.
O Fórum realizou ainda uma terceira vigília, em comemoração aos 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos da ONU, nos Manguinhos, com a participação de Dom Fernando e Dom Limacedo, em dezembro  de 2018 e a celebração dos 109 e dos 110 anos de nascimento de Dom Helder Camara, em 2018 e 2019, na igreja das Fronteiras, esse último reunindo cerca de 500 pessoas. Esses eventos mobilizaram não apenas grupos de leigos ligados à Igreja Católica. Em todos os eventos houve o apoio e a participação ativa de religiosos e religiosas também de outras denominações como a igreja Anglicana e religiões de matriz Afro e  a participação de sindicatos.

Essa abertura natural do Fórum à participação de outras denominações religiosas e também de instituições sem nenhum vínculo religioso, mostra que o Fórum não tem barreiras. Para participar do Fórum só precisa se identificar com a sua proposta, a sua luta: a justiça social.
Participam da organização do Fórum 22 instituições entre grupos de reflexão, movimentos, pastorais e ONGs. O IDHeC é um dos integrantes do Fórum, desde a sua criação.
Sua proposta é articular as pessoas de Fé em torno da causa do restabelecimento da democracia e do retorno das lideranças que pensem o Estado para o povo, patrocinando a dignidade e a vida em abundância.
E, foi nessa perspectiva que o Fórum Articulação se integrou à Semana da Classe Trabalhador, criada pelo MTC para comemorar  e refletir, tendo como ponto de partida o dia do Trabalho, no início foram promovidas rodas de diálogo, debates sobre filmes. No ano em que estava sendo feita a discussão sobre Conselhos de Saúde foi realizado um ato, no dia 1º de maio, com uma caminhada que saiu da Praça Oswaldo Cruz para o hospital Oswaldo Cruz.
No ano do plebiscito sobre a reforma política foi realizado um ato maior, saindo do monumento Tortura Nunca Mais, na rua da Aurora, passando pelos três poderes: palácio da Justiça, palácio do governo estadual e Assembleia Legislativa.
A partir do ano passado o Fórum se integrou à Semana da Classe Trabalhadora, participando ativamente de sua organização e execução.
Todos e todas estão convidados a participar, se não de todos os eventos, mas de alguns, à sua escolha.
A abertura da Semana será nessa quarta-feira, 24 de abril, às 18h30.
Colocamos abaixo a programação.


Deixe uma resposta