Para descrever o que foi o Encontro de Aprendizes 2018 nesse sábado, 24 de novembro, teríamos que, primeiro, definir quem eram os aprendizes. Eram aqueles jovens entre 16 e 18 anos que deram seus depoimentos e emocionaram a todos os presentes ou éramos nós, os adultos ali presentes, os aprendizes?
Segundo Paulo Freire “A gente ensina aprendendo e aprende ensinando”. Talvez por isso a dúvida de quem realmente eram os aprendizes naquele momento.
O trabalho realizado pela Casa de Frei Francisco não precisa de nenhum relatório para ser comprovado. Os testemunhos dos jovens e de suas mães no último sábado, são a comprovação viva de que a CFF é um projeto que está dando mais do que certo.
Tirando adolescentes das ruas e do trabalho infantil, a CFF os acolhe e prepara para o mercado de trabalho, quando atingirem a idade correta para isso. A preparação inclui formação de líderes, informática, cursos técnicos em convênio com o Senai, entre outras coisas.
Uma exitosa parceria com o programa Jovem Aprendiz tem levado, a cada ano, vários jovens ao mercado de trabalho, com oportunidades de estágios em instituições como o Banco do Brasil e Serpro, por exemplo.
O programa Jovem Aprendiz foi instituído de acordo com a Lei nº 10.097/2000, regulamentada pelo Decreto nº 5.598/2005. Este Programa beneficia milhares de jovens todos os anos, com idade entre 14 e 24 anos.
Em 2018 foram 40 jovens, entre participantes e ex-participantes da CFF a ingressarem no Projeto Jovens Aprendizes.
E, nessa manhã de sábado, tivemos a oportunidade de ouvir alguns desses jovens falarem da importância da CFF em suas vidas e de suas famílias e de suas experiências no mercado de trabalho, apresentados pela coordenadora da CFF Giselle de Carvalho.
Todo jovem é igual. Não importa a cor, a raça, o grau de instrução ou classe social. Todos têm seus sonhos, seus projetos, suas aspirações. Entretanto aqueles que nascem em uma comunidade menos privilegiada, muitas vezes não tem tempo de sonhar, de planejar seu futuro. A luta pela sobrevivência, sua e de sua família, é tão dura, tão difícil e, algumas vezes, tão perigosa, que, para eles, o futuro aprece não existir.
Algumas mães presentes também deram seu depoimento, ressaltando a importância da CFF na vida de seus filhos e de suas família.
Dom Helder sonhava com o “Ano 2000 sem Miséria”. Seu sonho não foi conquistado ainda. Mas, com certeza, ele está sentindo um “santo orgulho” do trabalho que a CFF realiza, devolvendo aos jovens por ali passam, uma possibilidade de futuro.
O IDheC – Instituto Dom Helder Camara vem lutando com muita dificuldade, para manter a Casa de Frei Francisco de portas abertas, acolhendo, a cada ano, cerca de 100 adolescentes, a quem mostram que uma vida melhor é possível, como falou o seu diretor-executivo Antônio Carlos Maranhão de Aguiar, um entusiasta do projeto, cujos olhos brilham ao falar da CFF e seus projetos.
As dificuldades são muitas e a maior dela é a financeira. Convidamos você a assistir ao vídeo abaixo e acompanhar os depoimentos de jovens a quem, ao nascer, foi tirado o direito de sonhar e que agora podem planejar seu futuro.
Graças a alguns parceiros como a Justiça do Trabalho, Ministério Público, CIEE, Escola Dom Bosco, Senai, Chesf, entre outros, a CFF segue em frente, cumprindo a sua missão.
Seja você também um apoiador de sonhos colaborando da forma que lhe for possível, para que a CFF siga em frente plantando sementes de dignidade e vida plena.
Você pode se tornar um colaborador mensal, via carnê ou depósito direto na conta da CFF ou um colaborador eventual. Colabore, convide os amigos e familiares para colaborar também.
Perto de sua partida Dom Helder disse ao monge Marcelo Barros “não deixe cair a profecia”. Tomemos também para nós essa responsabilidade sabendo que, ao colaborar para a manutenção da Casa de Frei Francisco, estamos ajudando a profecia de Dom Helder a se manter em pé.