Ser profeta, no sentido bíblico da palavra, é aquele que tem a coragem de denunciar o que está errado, o que precisa ser mudado e que, ao mesmo tempo, anuncia a boa nova, a esperança, as alternativas de caminhos.
O profeta vive a frente de seu tempo, vislumbrando o futuro com muito mais clareza que as outras pessoas e, assim, podendo preparar os caminhos que levem a tempo melhor.
Assim era Dom Helder Camara, uma pessoa que, à primeira vista, aparentava ser frágil, quieta, mais de oração e menos de ação. E que, no entanto, surpreendia a todos quando falava, defendo os excluídos da sociedade, os oprimidos, os torturados e perseguidos pela ditadura militar, enfim, os pequeninos de Deus.
Dom Helder viajou os quatro cantos do mundo, falando para reis e rainhas, jovens, estudantes, políticos, chefes de Estado, cúpulas de várias Igrejas e segmentos religiosos, sempre com a mesma simplicidade e força, ao defender os direitos humanos, denunciando os abusos cometidos no Brasil e anunciando que a justiça social era o caminho para a paz, como falou outro profeta, Jeremias.
Ele gostava também de escrever, fossem cartas, discursos, poemas ou meditações. Deixou um legado de mais de 160 mil documentos, onde, além de seus escritos, estão correspondências enviadas a ele, fotos, matérias de jornal, vídeos e áudios.
E, a partir desse quinta-feira, 22 de novembro, esse imensurável acervo começa a ser disponibilizado, digitalmente, para ser acessado em qualquer parte do mundo, sem custo, sem limite de acesso.
Hospedado no portal da Cepe Doc, o acervo digitalizado permitirá que sejam acessados, em um primeiro momento, as meditações e crônicas escritas para os programas de rádio Um Olhar sobre a Cidade e Pausa para uma Prece. E, aos poucos, serão adicionados novos documentos, como pode ser visto em nossa matéria anterior (conf:http://institutodomhelder.blogspot.com/2018/11/o-profetismo-de-dom-helder-no-mundo_19.html)
A tarde de inaugurações começou com a da placa colocada pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, na parede externa da Casa Museu, residência de Dom Helder. A colocação da placa que faz parte do projeto “A História nas Paredes”, foi uma iniciativa de Harlan Gadelha e Sílvio Tavares Amorim, ambos do IAHGP
Em seguida o Profetismo de Dom Helder no Mundo Virtual teve inicío, sendo aberto pela secretária de Cultura da Cidade do Recife, Leda Alves, representando o prefeito. A secretária falou que participou do início da parceria IDHeC/Cepe, que começou em 2008 e perdura até hoje.
Em seguida o Sr. Ricardo Melo, diretor de Produção e Edição da Cepe, falou sobre o êxito dessa parceria e dos frutos produzidos como a coleção das Cartas Conciliares entre outros livros.
O superintendente da Cepe Doc, o Sr. Igor Burgos, apresentou o portal Acervo Cepe e, em um telão, como acessar os arquivos.
Finalizando o evento o diretor executivo do IDHeC, Antônio Carlos Aguiar, falou sobre a importância do acervo de Dom Helder e dele agora estar sendo digitalizado para que mais e mais pessoas possam ter acesso a ele.
Ao final da apresentação do acervo digital foram servidos sucos e refrigerantes no Espaço Dom Lamartine.
O acervo digital de Dom Helder pode ser acessado através do link:
CRÉDITOS
Fotos: Iggor Gomes
IDHeC
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