UM OLHAR SOBRE A CIDADE – SANTOS

 
Quarta-feira, 1.11.1978
 
Meus queridos amigos
 
Hoje é a festa de Todos os Santos. Quem não sabe que, em rigor, só Deus é santo? Quem não sabe? Se é para se tratar de santidade própria, essencial, só mesmo o Senhor Deus é santo e três vezes santo.
 
Mas Deus nos chama a participar de sua santidade. Nos dá a graça que nos devia tornar santos: nós vivemos mergulhados em Deus e carregamos Deus dentro de nós.
 
Como é que, apesar disso, conseguimos ser egoístas e, em consequência do egoísmo, nos enchemos de ira, chegamos a ser avarentos, deixando-nos morder pela inveja, caímos na preguiça e na gula, não escapamos da luxúria e da soberba? E Deus é de uma paciência infinita conosco! Se cairmos, mas cheios de humildade e confiança, nos levantarmos, a luta para vencer o egoísmo recomeçar sem perda de tempo, teremos a benção de Deus e Ele nos receberá em Sua Eternidade.
 
São Paulo sabia que os cristãos do seu tempo — como os de todos os tempos — eram frágeis e pecadores. No entanto, dirigindo-se a eles os chama de santos (Carta de Paulo, Apóstolo, aos santos que estão em Éfeso).
 
Feliz de quem passa por este mundo lutando, sem se cansar, para vencer o próprio egoísmo, procurando o mais possível não pensar em si, mas, ao contrário, pensar em Deus e no próximo! Quem agir de acordo com a consciência e fizer todo o bem que estiver ao seu alcance, se entenderá com o Criador e Pai.
 
Grande garantia para a nossa fraqueza é o Filho de Deus que se fez Homem e morreu na Cruz para salvar-nos. É o nosso grande advogado junto ao nosso Pai. É o nosso Salvador. E Ele ainda nos dá a confiança de pedir que nos aliemos a Ele para ajudar-nos a salvar nossos irmãos.
 
A liturgia refere-se à Igreja que está na Terra porque pertencem a Igreja os santos que já estão confirmados em graça, na Eternidade.
 
A Igreja ao referir-se a Igreja que ainda peregrina neste mundo a chama de santa e pecadora. Que jamais o orgulho nos convença que já superamos as misérias, as fraquezas, os pecados! Somos Igreja pecadora! Mas que jamais o desânimo nos leve a imaginar que estamos perdidos: a humildade e o amor nos salvarão. Somos Igreja pecadora e santa, santa e pecadora.
 

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