OS PROFETAS NÃO MORREM JAMAIS – PARTE II
Não deve ser mera coincidência que o dia 27 de agosto seja a data em que em 1999 Dom Helder partiu para a casa do Pai, sete anos depois, tenha partido Dom Luciano Mendes e, há um ano, Dom José Maria Pires, o Dom Zumbi, também tenha nos deixado. Vai ver a data foi escolhida especialmente para ser o dia dos profetas desencantarem e partirem para uma nova etapa em suas vidas: a da espiritualidade plena.
E a memória de um profeta precisa ser relembrada para que seu legado, seus ensinamentos, sua profecia, enfim, sejam perpetuados.
E para celebrar a memória de Dom Helder Camara o IDHeC, junto com o monge beneditino Marcelo Barros prepararam uma celebração da palavra na tarde do sábado 25 de agosto.
A celebração teve início às 16h com a acolhida feita pelo diretor executivo do IDHeC, Antônio Carlos Aguiar, que falou sobre o que iria acontecer durante a celebração e convidou para ficar no altar a Ir. Aurieta, da Pastoral Carcerária e Turma do Flau, Janete Esmeraldo, vice-coordenadora do Movimento de Cursilho e Leda Alves, secretária de Cultura do município do Recife.
Após o canto de Entrada, Eu acredito que o Mundo Será Melhor, na voz de Isaura, acompanhada por Ramos ao violão e Messias na percussão, teve início o jogral organizado pelos adolescentes da Casa de Frei Francisco.
Os quatro adolescentes Cauã – 14 anos, Polyana- 16 anos, Alecssandra – 15 anos e Maria Clara- 15 anos, deram vida a uma carta escrita por Dom Helder aos jovens, cuja atualidade impressiona e confirma a profecia de Dom Helder.Após o jogral Leda Alves falou sobre os jovens atores da década de 1960/1970 que se apresentavam em peças de teor político, correndo riscos e fazendo a diferença.
Após o canto Sou Bom Pastor todos e todas foram convidados a assistir a um compacto da peça Pro(Fé)Ta – O Pastor do Povo, faz parte da Trilogia Vermelha, inspirada por três- ‘atores sociais’ da História do Brasil : Glauber Rocha, Paulo Freire e Dom Helder Camara, interligados por seus discursos memoráveis, dissonantes do senso comum medíocre e acomodado, dos pessimistas, dos preconceitos injustificáveis e da alienação desumanizante que, ainda hoje, atrasam e dominam a realidade social, cultural, econômica e política do nosso país.
São corpo e voz dialogando criticamente com o teatro contemporâneo realizado em Pernambuco.
Os discursos das três encenações, roteirizadas e encenadas por Junior Aguiar, com atuação de Daniel Barros, Júnior Aguiar e Márcio Fecher, estão impregnados de amor pela vida e iluminam os debates por um mundo melhor, nos seus vastos campos de atuação: ARTE, EDUCAÇÃO e RELIGIÃO.
Mas nada melhor do que assistir a um pedacinho dessa peça para entender e
se encantar. Júnior Aguiar e Daniel Barros emocionaram aos presentes com suas interpretações dos textos de Dom Helder. Foram 30 minutos de uma performance que encheu a todos de emoção e de alegria ao se deparar com o pensamento de Dom Helder interpretados de uma forma tão e emocionante.
Ao término da peça os atores foram aplaudidos de pé.
Após o canto de aclamação O Evangelho é a Boa Nova, foi lido o Evangelho segundo Mateus 5, 1-12, as Bem-Aventuranças. Marcelo Barros fez o comentário do texto lido. Falou sobre o que significa ser bem-aventurado, nos tempos de Jesus e hoje e da importância desse Evangelho para a vida do cristão.
Prova de amor foi o próximo canto, seguido da oração do Pai nosso. Ao final da celebração todos puderam ouvir a meditação Esperança, escrita e lida por Dom Helder Camara em seu programa um olhar sobre a cidade.
Uma bênção finalizou a celebração, deixando em todos um sopro de esperança e fé em futuro que pode ser bem melhor se acreditarmos que temos força e capacidade de, munidos de nossa fé, transformar o mundo.