Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1947.
Diante dos imigrantes
Esmagados pela vida
Forçados a tentar longe da pátria
A reconstrução de tudo,
Diante dos imigrantes
Que em minha pátria
Encontravam barreiras
E tantas restrições,
Senti-me triste comigo
Surpreendendo-me
com um molho de chaves na mão.
Se todos somos filhos do mesmo Pai
Para que fechar
O que deve ser comum?
Senhor
Que ao menos meu coração
Não tenha portas,
Nem ferrolhos,
Nem chaves …
Que ao menos a minha alma
Esteja sempre aberta
Escancarada
A todos os meus irmãos!
Meditação escrita pelo Padre Helder Camara.