Ele era o pai dos pobres. Ela a mãe. Ele nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 07 de fevereiro de 1909. Passou pelo Rio de Janeiro e fez pousada em Recife, mais precisamente na Arquidiocese de Olinda e Recife. Ela nasce em Bonito, no dia 17 de junho de 1917 e fez pousada na cidade do Cabo de Santo Agostinho, também na Arquidiocese de Olinda e Recife.
Companheiros de caminhada, de devoção a São Francisco e, talvez, exatamente por isso, unidos pela missão de dignificar a vida daqueles que a sociedade excluiu, marginalizou, fez de conta que não existiam.
Ele entrou logo cedo no seminário e, por ser muito jovem precisou de uma licença especial para se ordenar.
Ela se casou, aos 22 anos, teve dois filhos e ficou viúva ainda jovem.
Ele foi para o Rio de Janeiro, exerceu atividades na área de educação, foi bispo auxiliar e, em 1964, foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife.
Ela por não se preocupar muito com ela própria, viu-se acometida de uma doença que a deixou paralítica e desenganada pelos médicos. A cura veio através de um sonho que teve com São Francisco. Levantou-se do leito em que viveu por sete anos e partiu para a vida, sob a inspiração daquele que fez da vida um ato pleno de amor.
Ele Arcebispo, deixou o palácio episcopal para morar na sacristia da igrejinha das Fronteiras, atrás do altar, em uma pequena casinha, hoje transformada em Casa Museu.
Ela pedindo esmolas, donativos, colaborações quaisquer que fosse, se dedicou a atender ao pedido que são Francisco lhe fez no sonho: que ela construísse um abrigo para os velhinhos desamparados. Pedido ao qual ela atendeu inaugurando o Abrigo no dia 04 de outubro de 1961.
Ele se adaptou muito bem à sua nova arquidiocese, crescendo na fé, nas ações e vai, pouco a pouco, se tornando uma personalidade internacional, indo mundo afora em defesa dos pobres, dos fracos, dos oprimidos, dos sem vez e sem voz, em um país onde os direitos eram cada vez menos respeitados.
Em 10 de outubro de 1965 Ela e o Jorge Bertuccelli fundam a Congregação das Irmãs Franciscanas do Imaculado Coração de Maria, Ordem Franciscana Secular, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, cujo ideal era: “ajudar os idosos abandonados, restituindo=lhes a dignidade, vivendo nos princípios do Pai São Francisco de Assis de servir a amar o irmão que sofre”.
E nesse domingo, 12 de novembro, o IDHeC – Instituto Dom Helder Camara, abriu as portas do Espaço Dom Lamartine para receber, de braços e coração abertos par ao lançamento do livro Madre Iva – o Anjo Branco de Pernambuco, de autoria da cantora e compositora pernambucana Cylene Araújo.
O lançamento do livro foi um belo momento de encontros e reencontros, de emoções e alegrias. Um resgate da vida e da obra de Madre Iva Araújo que com sua fé e determinação conseguiu trazer dignidade e respeito à vida de muitas pessoas.
Ao entrar na Casa Museu, local onde Madre Iva esteve várias vezes em visita a Dom Helder, Irmã Marluce, companheira da ordem franciscana, lembrou-se de dois momentos em que acompanhou Madre Iva por em visitas ao arcebispo. Contou que, uma vez, quando Madre Iva ia pedir a bênção ao Dom, ele se antecipou, segurou-lhes as mãos e pediu que ela o abençoasse. Outra lembrança da irmã Marluce é o suco de acerola que o Dom fazia questão de servir às suas visitas.
As diretoras Christina Ribeiro e Normândia Macedo e a conselheira Ir. Vanda, representaram o IDHeC, participando do lançamento do livro. A autora, Cylene Araújo, presentou todos os membros da diretoria com um exemplar autografado do livro.
O filho de Madre Iva, Ari, e sua esposa, também prestigiaram o lançamento do livro.
Junto com o livro compõem o projeto de resgate e divulgação da vida e obra de Madre Iva um CD com orações e músicas na voz da própria Madre Iva, além de músicas cantadas por artistas convidados e por Cylene Araújo, que compôs o hino do centenário e um áudio livro. Os três se encontram à venda na livraria do IDHeC.
E foi assim que os caminhos desses dois exemplos de vida e fé se cruzaram, no mesmo ideal e missão de vida: Helder e Iva, o irmão Sol e Irmã Lua do século XX.
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Um comentário sobre “IRMÃO SOL E IRMÃ LUA DO SÉCULO XX: UNIDOS PELO AMOR AOS POBRES”
Muito agradecida por tudo.Emocionada por este lindo texto.