Já ouviram na missa o apelo sugestivo: “Corações ao alto”? Palavra agradável de ouvir. Mas já experimentaram ajudar corações a elevarem-se?
Há corações cheios de travo, de revolta, de ódio. Ora, tudo isto pesa terrivelmente… Como pesa a inveja. Como pesam o orgulho e a soberba e a vaidade… Pesa, também, horrivelmente, o coração que perdeu a razão de bater. Dependesse dele, e já teria parado.
Nem sempre é peso o problema para obter que os corações se elevem. O coração avaro se afoga de tal modo nos cuidados com o dinheiro, com lucros sempre maiores a obter, com economias a realizar, que um terrível emaranhado o prende a ponto de lhe ser impossível arrancar-se para o alto.
Há corações que sobem a dois, ajudando-se, estimulando-se mutuamente…
Há corações tão vazios, tão sem amor, que flutuam como penas ao vento: não chegam a subir, porque qualquer sopro o arrasta para longe…
Já viram uma esponja que, de tanto apagar quadro-negro, cheio de giz, fica impressionantemente seca?… há corações assim… Há corações que viraram uma pedra de gelo. Outros, simplesmente uma pedra. Outros se tornaram metálicos, de tanto lidar com dinheiro…
Nossos corações se elevam facilmente? E os corações em volta de nós? Importante é saber como dar asas aos corações, ajudando-os a elevar-se, com mais facilidade e rapidez.
A oração, a prece, vinda de dentro d’alma, alivia o coração, por mais angustiado e pesado que ele esteja. Desfazer-se de qualquer sombra de ódio torna o coração alado como um pássaro…
Gestos de autêntico amor ao próximo, feitos como o Evangelho ensina — sem que ninguém saiba, nem a mão esquerda o que fez a direita — torna o coração um pássaro de asas velozes e firmes.
Corações ao alto! Cada vez que dissermos ou escutarmos estas palavras lembremo-nos dos que andam de corações na fossa, sem ânimo, sem esperança, sem razão de viver.
Corações ao alto! Que esta expressão seja, em nossos lábios, uma prece para que todos os corações de todas as criaturas humanas se ergam, se elevem para Deus, nosso Criador e Pai!