A igreja de Nossa Senhora da Assunção fica situada na Rua das Fronteiras, no bairro da Boa Vista e possui um estilo barroco. Sua história remonta há mais de três séculos, aos tempos pós-invasão holandesa.
No ano de 1630 todo o terreno onde está a igreja fazia parte de um grande sítio, cujo proprietário era um rico colono: João Velho Barreto. Lá se encontravam uma grande vivenda e algumas casas bem modestas, pertencentes aos moradores.
Documentos históricos registram que, durante a invasão holandesa, o sítio foi ocupado por 180 homens, sob o comando do capitão Antônio Ribeiro de Lacerda. Essa ocupação durou bem pouco tempo e, em seguida, a localidade do posto do Passo do rio dos Afogados passou a ser defendida por Luís Barbalho Bezerra, junto com sua tropa de índios e colonos.
Ao oficia negro, Henrique Dias, notabilizado durante a Batalha dos Montes Guararapes e a sua tropa foi confiada a defesa contra os holandeses. Com uma boa posição estratégica Henrique Dias conseguiu causar uma série de derrotas aos flamengos.
Apesar de a ofensiva holandesa ter iniciado uma batalha com mais de dois mil homens, Henrique Dias e sua tropa reagiram de tal maneira que os holandeses perderam a batalha deixando 50 mortos no campo e mal conseguindo levar o alto contingente de feridos.
Essa grandiosa vitória despertou o espírito religioso do herói da insurreição pernambucana que decidiu construir uma capelinha para Nossa Senhora da Assunção, a qual acreditava que o havia protegido naquele combate, enquanto esperava poder erguer, no final das lutas, um monumento maior em homenagem à Virgem.
Em recompensa aos seus inúmeros merecimentos heroicos, á Coroa doou a Henrique Dias as casas que pertenceram ao líder dos holandeses, além das Olarias de Gaspar Roque e todas as terras anexas a ela, junto ao rio Capibaribe até a ilha de Santo Antônio.
E, junto a esses bens, o rei D. João IV doou ainda a \”a concessão de uma data de terras para fundação de um monumento cuja época e extensão nada se sabe\”. É nessa localidade, precisamente, das Fronteiras da Estância de Henrique Dias, que é erguida a capela de Nossa Senhora da Assunção. A Ermida foi erguida no ano de 1646. Era uma construção simples, de taipa.
Apesar de todos os bens recebidos Henrique Dias morreu pobre, no ano de 1662, tendo as despesas de seu funeral sido pagas pela Fazenda Real.
Atendendo a uma solicitação do Regimento Henrique Dias ou Regimento dos Henriques, em 1748 são concluídos os trabalhos de construção de uma nova igreja em substituição á capelinha de taipa. Era o cumprimento e uma promessa feita por Henrique Dias. No novo templo, durante décadas apenas pessoas negras podiam administrá-lo.
O título de Imperial Capela foi concedido em 1859 quando da passagem do Imperador Pedro II pelo estado de Pernambuco.
No dia 19 de novembro de 1871 funda-se, no consistório da igreja, a Sociedade dos Henriques, cuja meta era a de manter viva a devoção a Nossa Senhora da Assunção e administrar o templo da Estância. O seu primeiro presidente foi Salvador Henrique de Albuquerque, um major reformado.
Desde então a capela passou por diversas administrações e, finalmente, já como patrimônio da Arquidiocese de Olinda e Recife, foi tombada como Patrimônio Nacional, pelo IPHAN, em 1949.
A capela foi restaurada em 2007/2008, com o patrocínio do BNDES e reaberta ao público em outubro de 2009, sob a responsabilidade do IDHeC.
No final de 2015 e começo de 2016 a igreja das Fronteiras passou por mais uma reforma. Foram dois meses de portas fechadas para a obra de restauro do altar mor e dos santos. Reabriu mais bela do que nunca, para celebrar o aniversário de 107 anos do nascimento de seu ilustre morador, Dom Helder Camara (Conf. http://institutodomhelder.blogspot.com.br/2016/03/os-107-anos-de-dom-helder-reabertura-da.html)
Atualmente está aberta à visitação, de segunda à sexta-feira, das 14h às 17h e também à realização de cerimônias religiosas como casamentos, batizados e Celebrações Eucarísticas.
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