Os museus têm muitas e diferentes memórias, que merecem e necessitam ser reveladas e preservadas. Ao ser feito um percurso cronológico, não se pode deixar de lembrar que no próximo ano serão comemorados os 200 anos da criação da primeira instituição museal brasileira: o Museu Nacional/UFRJ no Rio de Janeiro (RJ).
Desde então milhares de museus foram fundados no Brasil. O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) tem mapeado mais de 3,7 mil deles. E cada um deles contém histórias, contextos, objetivos e memórias. Exatamente por isso, o Ibram escolheu o tema MUSEUS E SUAS MEMÓRIAS para comemorar a 11º Primavera dos Museus.
A proposta para esse ano é trazer à tona reflexões, a partir das memórias da própria instituição, sobretudo as questões que ainda não fazem parte do cotidiano de muitos museus.
Um dos objetivos do tema é que museus e demais instituições culturais participantes, possam ‘olhar para dentro’ e refletir, junto com os grupos sociais presentes nos territórios nos quais estão inseridos, sobre os processos e resultados de sua própria constituição e produção.
Como, ao longo do tempo, as transformações em nossa sociedade propiciaram debates que impactaram as instituições? A partir dessa perspectiva, os museus também passaram por processos que alteraram sua missão? É possível, em meio a tantas e rápidas mudanças, se reposicionar como espaço capaz de acompanhar uma nova dinâmica social sem, contudo, perder a linha do tempo de sua própria história?
Os questionamentos são importantes para que os museus se revisitem e se mostrem para a sociedade, resgatando experiências que estão em seu âmbito e da qual participaram, de forma orgânica, os trabalhadores dos museus e seus diversos públicos.
Portanto a 11ª Primavera dos Museus pretende destacar a importância de se valorizar a memória institucional como elo essencial nessa ampla cadeia de sentidos, em contínua transformação, que é a memória construída e compartilhada a partir de diferentes perspectivas sociais – e que tem no museu um importante ponto de conexão.
De uma maneira geral entendemos que o museu como espaço privilegiado para a “administração da memória”, pelo seu papel fundamental na organização, preservação e promoção do conhecimento em torno dos bens, materiais e imateriais, que referenciam as mais diversas culturas.
Entretanto seus patrimônio não se constituem apenas de edifícios e acervos, mas também de memórias e histórias, cuja extroversão se dá por meio do trabalho museológico, como as exposições e as interações com o público.
Assim, o tema da 11ª edição da Primavera dos Museus convida público e instituições participantes a juntos alinhavarem trajetórias, processos e resultados de sua presença e atuação, abrindo espaço para a inclusão da sua produção na malha diversa que é a memória coletiva.
11ª PRIMAVERA DOS MUSEUS – MUSEUS E SUAS MEMÓRIAS acontecerá de 18 a 24 de setembro, em todo o Brasil. Nessa edição mais de 900 museus de todo o país oferecem ao público 2.500 atividades especiais, como visitas mediadas, palestras, oficinas, exibição de filmes e muito mais!
O Memorial Dom Helder Camara do qual faz parte a Casa Museu, a Exposição Permanente, o Espaço Dom Lamartine e a Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras, convida a todos e todas a fazerem não apenas uma visita, mas um resgate das memórias ali encerradas. Memórias que povoam as paredes do Memorial, que contam a história ali vivida, não apenas por Dom Helder, mas de todos que por ali passaram. Memórias adormecidas e que irão despertar e ganhar vida ao serem partilhadas.
SERVIÇO
11ª PRIMAVERA DOS MUSEUS – MUSEUS E SUAS MEMÓRIAS
DATA – 18 a 24 de Setembro
Local – Memorial Dom Helder Camara, rua Henrique Dias, s/n, Boa Vista
Horário – 08h às 11h e 14h às 17h
Informações: (81) 3421-1076