Algumas pessoas nascem com a vocação para ser engenheira, arquiteta ou pedreiro e constroem os melhores prédios e casas. Outras nascem para ser advogadas, jornalistas, médicas, músicas. Têm umas pessoas que já nascem sabendo preparar os pratos mais gostosos ou costurar as mais belas roupas.
E, há aquelas pessoas que nascem para ser a voz dos que não têm voz, para lutar pela libertação dos oprimidos, para combater a exclusão em todas as suas formas, para denunciar o que está errado e anunciar o que de bom precisa ser feito. Essas pessoas são chamadas de profetas e dedicam a sua vida à promoção de uma vida digna para todos.
Dom Helder Camara era o profeta do século XX que viajou pelo mundo denunciando as arbitrariedades da ditadura militar no Brasil. Falava das mortes, dos desaparecimentos, da tortura aos que se opunham ao regime, clamando por justiça.
Denunciava ainda a fome e a miséria que matava e ainda mata Brasil afora, sonhando com um ano 2000 sem miséria. Voltou para a casa do Pai um ano antes, em 1999, sem sequer ter a alegria de ver seu sonhos está perto de ser realizado. E, 17 anos depois, seu tão sonhado prazo para o fim da miséria parece estar ainda muito longe.
Mas, o sonho de criança, ele conseguiu realizar: ser padre. Hoje, 15 de agosto, celebramos os 86 anos da ordenação de um jovem que, aos 22 anos, precisou de uma licença especial do Vaticano para ser ordenado, devido a sua pouca idade. Nascia, naquele dia, um verdadeiro pastor, que soube cuidar de suas ovelhas com amor, carinho e dedicação.
Hoje é, portanto, dia de agradecer a Deus pela graça que nos foi dada deter esse pastor conduzindo a nossa Arquidiocese por 21 anos e por ter permanecido aqui, conosco por 35 anos.
Que o seu exemplo de vida e sacerdócio seja sempre inspiração para todos aqueles que escolheram dedicar a sua vida ao irmão.