MAIS UMA ÁRVORE QUE TOMBA NA TERRA PARA FLORESCER NO CÉU

Tombou ontem a grande e frondosa árvore da Praça de Casa Forte, no Recife. A mim coube presidir uma das missas de corpo presente do meu querido amigo e diretor espiritual, padre Edwaldo Gomes, pároco de Casa Forte. Deus me dando a graça de estar com meu querido padre Edwaldo no momento de nossa despedida e acolhida dele no céu”. Pe. Luiz Baronto.



Iniciamos com as belíssimas palavras de nosso querido Pe. Baronto, postadas em seu Facebook e que bem definem o sentimento de todos que conheceram Pe. Edwaldo, um dos pilares da Arquidiocese de Olinda e Recife, construída a partir do arcebispado de Dom Helder Camara.

Pe. Edwaldo nos deixa aos 85 anos de uma vida dedicada ao próximo, fossem ricos, fossem pobres, paroquianos ou não.

Defensor dos pobres e oprimidos, a ele muitos agradecem ter sobrevivido às perseguições políticas na época da ditadura ao encontrarem guarida em sua casa ou até mesmo na mala de seu carro.

Chegava aos eventos, às celebrações, sempre andando ligeirinho e com um sorriso nos lábios. Dos que não se lembrava do nome cumprimentava sempre com um alegre e caloroso “como vai figura”?

Não vamos aqui falar de sua biografia, porque, nos últimos dias ela está espalhada na imprensa e seria lugar comum repetir. E Pe. Edwaldo não foi, jamais, um lugar comum.

Dom Helder, Pe. Edwaldo e Dom Lamartine

Pernambucano, de Barra de Guabiraba, foi ordenado padre em 1956. Com a chegada de Dom Helder em 1964, se tornou um dos pilares onde a Arquidiocese se firmou, trazendo o Evangelho para vida e colocando como prioridade o povo de Deus.

Para se avaliar o carinho e a admiração do povo do Recife por Pe. Edwaldo basta lembrarmos a quantidade de pessoas presentes ao lançamento do livro UM PADRE NOSSO, em outubro do ano passado, onde teve a vida contada pela jornalista Vera Ferraz.

Lançamento do livro \”UM PADRE NOSSO \”, com Vera Ferraz

Várias missas de corpo presente foram celebradas ontem, 20, durante o velório que aconteceu na Matriz de Casa Forte, que pastoreou por mais de quatro décadas. A última missa foi presidida por nosso arcebispo Dom Fernando Saburido. Muitas personalidades estiveram presentes ao velório e ao enterro no cemitério de Santo Amaro. Mas, com certeza, as que mais encheriam de alegria o coração do velho pastor eram exatamente as pessoas anônimas, o verdadeiro povo de Deus, os que caminharam a seu lado, tenha sido nas missas dominicais, nos serviços paroquiais ou na dura caminhada e na luta por um mundo melhor em toda Arquidiocese de Olinda e Recife.

Foto: Marina Mahmood/Arquivo Folha

Com certeza ficaria feliz em ver que ali estavam os que moram no bairro, seja nas áreas mais nobres seja nas mais pobres, os que fazem parte da Creche Beneficente Menino Jesus e da Casa da Criança Marcelo Asfora, criadas por ele para melhorar as condições de vida das famílias carentes, os que participam, todos os anos, da famosa Festa da Vitória Régia, criada para arrecadar fundos para as obras sociais da paróquia, os que sobreviveram aos tempos difíceis da ditadura militar, os pastores que, com ele, faziam parte do clero à época de Dom Helder, os companheiros da Associação Padre Henrique, o pessoal do Igreja Nova com quem caminhou desde a sua criação, o pessoal do IDHeC, com quem participava de todos os eventos, desde que Dom Helder se tornou emérito, enfim, todos que ali estivam para lhe prestar uma última homenagem e se despedirem de seu “PADRE NOSSO”.   

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