“Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores, para privar os pobres de seus direitos e da justiça os oprimidos do meu povo (Isaías 10, 1-2).”
Na próxima sexta feira, 30 de junho, haverá mais uma Greve Geral, convocada pelas centrais sindicais, com o objetivo de mobilizar o povo brasileiro contra a retirada dos direitos dos trabalhadores, concretizada nas atuais propostas das Reformas Trabalhistas e da Previdência em tramitação no Congresso Nacional. Como resultado da conscientização da sociedade para as graves consequências decorrentes da aprovação dessas propostas, e da grande mobilização alcançada em diversos eventos de âmbito nacional promovidos nos últimos meses, houve um congelamento temporário na tramitação da Reforma da Previdência e obteve-se uma primeira vitória contra a Reforma Trabalhista, com a sua reprovação na Comissão de Assuntos Sociais do Senado – CAS.
Entretanto, o Governo continua utilizando todas as formas de pressão para garantir a aprovação da Reforma Trabalhista, mais fácil de ser obtida em razão de ser necessária maioria simples, diferentemente da tramitação da reforma da previdência que, por se tratar de reforma constitucional, exige o voto favorável de 2/3 da Câmara e também do Senado.
As fortes mobilizações promovidas pelas centrais sindicais, frentes e movimentos sociais tem obtido inegável êxito e não poucos atores sociais afirmam que parte considerável desse êxito se deve ao apoio de muitas dioceses, escolas católicas, pastorais, comunidades de base e das comissões justiça e paz.
A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife, que integra a Rede Brasileira Justiça e Paz, coordenada pela Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB, apoia e se engaja nessa mobilização, pois acredita, como o Papa Francisco (1) , que “uma economia justa deve criar as condições para que cada pessoa possa trabalhar com plenos direitos durante os anos de atividade e ter acesso a uma digna aposentadoria na velhice\” e conclama a todos para que participem pacificamente e sem aceitar provocações, pois como afirma nosso pontífice: “os movimentos populares têm um papel essencial, não apenas exigindo e reclamando, mas fundamentalmente criando.”
Um abraço fraterno! Antônio Carlos Magalhães de Aguiar Presidente da CJP – AOR
(1) 1 Discurso do Papa Francisco aos Movimentos Populares (Bolívia, Santa Cruz-2015)