“Daí a estranha e bela, belíssima mania — de ter fé na vida! Ter fé e nos transmitir fé, e coragem, e esperança, e alegria de viver!” Dom Helder Camara
No dia 07 de fevereiro de 1909 nascia, em Fortaleza, aquele que se tornaria o maior profeta do século XX. A voz que clamou em favor dos mais pobres, dos oprimidos, dos esquecidos e excluídos da sociedade. Com Certeza, ao segurá-lo nos braços, seus pais, Dona Adelaide e Seu João jamais poderiam imaginar que estavam ali, embalando, o mensageiro da paz e da esperança.
108 anos depois de seu nascimento, 17 anos da partida para a Casa do Pai, a sua vida é celebrada por todas as pessoas que acreditam que são capazes de construir um mundo novo. Por todos que acreditam na ESPERANÇA.
A comemoração dos 108 anos do nascimento do Dom, este ano, foi dividida em dois momentos: A Celebração Eucarística, organizada pelo IDHeC e a 2ª Vigília da Esperança, organizada pelo Fórum de Articulação de Leigos.
A igrejinha das Fronteiras, como é carinhosamente chamada, foi pequena para caber todos os que foram celebrar a vida do Dom.
Presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, a missa foi concelebrada pelo Monsenhor Edwaldo Gomes, Pe. José Augusto, cape;ão das Fronteiras, o monge Marcelo Barros, os três ordenados pelo próprio Dom Helder e pelo Pe. Fábio Potiguar. O Diácono Raimundo Viana auxiliou nos serviços da Missa.
Os cantos, escolhidos com muita atenção e que pareciam ter sido feitos para o Dom, foram animados por Ramos, no violão e pela vozes de Isaura e Francisca.
A acolhida da missa, feita por Zildo Caldas, foi lida uma mensagem do Pe. Luiz Antonio Oliveira, da Arquidiocese da Paraíba que dizia: “O Evangelho de hoje, dia da celebração de Dom Helder, nos dirá a Palavra de Deus: \”Vós sois o sal da terra\” , \”Vós sois a luz do mundo\”. Como nosso querido Dom Helder encarna essa Palavra em sua vida! Como foi e continua sendo sal que não perde a sua força e luz que não deixa de iluminar pois colocada sobre o candeeiro!
Sal que impede a corrupção( os pobres salgam a carne para conservá-la), sal que dá sabor à comida como dá sabor à vida! Luz que é a própria vida ( a mãe dá à Luz). Ser Luz, portanto, é ajudar o outro a ter sentido da vida!
Dom Helder está vivo pois continua, sem o limite do tempo e de lugar, a ser Sal e Luz! Por isso celebrar seu nascimento é dar Graças a Deus!
Estarei unido a vocês nessa celebração fazendo eco da vida do Dom também para nosso povo da Paraíba.
Òtima e Santa celebração a todos os irmãos e irmãs de Olinda e Recife!
Ósculo da Paz!”
Pe. Luiz Antônio Oliveira – João Pessoa- PB
Dom Fernando fez uma excelente homilia onde falou que não poderiam haver leituras bíblicas mais alinhadas com o modelo de vida de Dom Helder do que as leituras desse domingo: de Isaías (Is 58, 7-10) e de São Paulo (1 Cor 2,1-5). Para ele a primeira leitura ecoava pelos corações dos fiéis devotos e ressoava pelos quatro cantos da igreja das Fronteiras, relembrando a prática vivenciada por Dom Helder:
“Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: ‘Eis-me aqui’. Se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia”.
Dom Fernando disse ainda que primeira carta de São Paulo à comunidade dos Coríntios nos remete ao exemplo de humildade, deixado por Dom Helder, que incansavelmente falava que todo o mérito é de Deus. Para Dom Fernando, Dom Helder, assim como São Paulo, anunciou a Boa Nova, Jesus Cristo, e semelhante à cera da vela, se consumiu em servir a Igreja, para que a luz do anúncio do Evangelho brilhasse mais forte. E concluiu dizendo que “A Igreja precisa de luminares como Dom Helder”.
As orações da assembleia foram todas feitas com frases escritas por Dom Helder, como por exemplo: “Para que cada um de nós possa espalhar pela terra sementes de antiegoísmo, de largueza de visão e de largueza de coração, rezemos ao Senhor…”
No ofertório, Irmã Catarina levou o cálice, Lucy Pina levou a patena e Marieta Borges levou o novo banner do dom: O Dom da esperança.
Após a comunhão, Antonio Carlos, diretor-executivo do IDHeC, convidou a todos a participar do próximo evento da comemoração do nascimento do Dom, a 2ª Vigília da Esperança e, em seguida, convidou a todos a prestar uma homenagem ao Dom cantando uma de suas músicas preferidas; SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ. Conta=se que, ap saber que Dom Helder gostava muito dessa música, principalmente cantada por ela, a cantora Elizeth Cardoso teria ligado para ela, lá do Rio de Janeiro e cantando a música no telefone. Não conseguimos confirmar se essa história realmente aconteceu. Mas, com toda certeza, bem que poderia ter acontecido.
Foi um belíssimo momento, com a igreja inteira cantando a música para o Dom. Várias pessoas que conviveram com ele se emocionaram, ao ouvir a música, cuja letra também parece que foi feita para sob medida para o Dom: Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver …
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