“Eu vim para que todos tenham vida e tenham plenamente”- Jo 10, 10.
Há exatamente 21 anos que o 7 de setembro passou a ter um desfile diferente nas ruas do Brasil: o Grito dos Excluídos, cuja ideia surgiu em 1994, por iniciativa das Pastorais Sociais, como uma resposta apelo do tema da Campanha da Fraternidade daquele ano, que foi “A fraternidade e os excluídos”. O Grito surgiu da intenção de denunciar a exclusão, valorizar os sujeitos sociais.
E por que exatamente dia 7 de setembro para ir às ruas? Porque é o dia em que se comemora a independência do Brasil e, portanto, que outra data seria melhor do que essa para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito?
No ano seguinte o Grito foi às ruas com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade, cujo lema foi “Eras tu, Senhor” e ainda responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, que teve como tema “Brasil, alternativas e protagonistas”. Este Grito aconteceu em mais de 170 cidades e teve como símbolo uma panela vazia. O lema do primeiro Grito dos Excluídos foi “A vida em primeiro lugar”.
Sendo uma manifestação popular, floresce naturalmente entre os organizadores dos movimentos e pastorais que se dedicam à sua preparação com dedicação, empenho e carinho, lhe dando forma e uma visibilidade que cresce a cada ano.
Carregada de simbolismo é um espaço onde a animação e a profecia caminham juntos, sempre aberto a todos os grupos ou pessoas que quiserem participar, sejam de qualquer Igreja ou movimentos sociais. O importante é que sejam comprometidos com a causa dos excluídos. Por isso o Grito não tem donos. É um canal aberto por agentes de pastorais e lideranças para que os gritos sufocados possam ser ouvidos.
Assim como a Campanha da Fraternidade a cada ano o Grito tem um lema nacional, trabalhado regionalmente, a partir da conjuntura e da cultura locais.
Seu principal objetivo é defender a vida em seu conceito mas amplo, denunciando e anunciado alternativas que fortaleçam e mobilizem as pessoas excluídas para que sejam conscientizadas dos seus direitos e aprendam a lutar por eles.
Neste ano de 2016 o lema do Grito dos Excluídos foi o mesmo do primeiro Grito “A vida em primeira lugar”. E, levou às ruas de todo o Brasil um número recorde de participantes.
\”Tenho pena, Senhor, dos sem-abrigo, e mais pena ainda dos instalados, dos enraizados, que fizeram da Terra morada permanente\”. Dom Helder Camara