Após-Concílio
Recife, 10/11.12.65
2ª Circular
À querida Família Mecejanense
Que graça divina a de viver intensamente cada instante e a de integrar-me, imediatamente, no meio em que a Providência me quer!?… Até parece que eu nunca saí daqui…
Os coqueiros já me foram recebendo, na vinda mesmo do Aeroporto…
A brisa foi ao meu encontro. Lá estava o Capibaribe com suas pontes queridíssimas…
Os Padres não param de vir a Manguinhos. Sem audiência, sem espera, entram direto, felizes com o regresso do irmão. Já está, aliás, marcada para quarta-feira, 22, às 10h da manhã, com almoço aqui em Casa, a reunião dos Coordenadores dos Setores Paroquiais… Já domingo, amanhã, estarei se Deus quiser, celebrando, fraternalmente, em uma das Paróquias, só pela alegria de conhecer de perto e de dentro a vida de meus Padres…
Os jovens não param de vir a Manguinhos. Agora, para as Formaturas.
Haverá Escola da qual o Arcebispo não seja quando não Paraninfo, Homenageado ou Patrono? Mas não se trata do desejo de enfeitar a festa. Graças a Deus nos entendemos mesmo. Missa de formatura, então, não pára. Todos me falam na Operação Esperança e na Ação não-violenta. Ficam encantados quando exijo que me mandem sugestões para a alocução na Missa de conclusão do Curso…
Os Pobres não param de vir a Manguinhos. Ontem tive uma conversa gostosíssima com eles. Haveria menos de 200?… Como nos entendemos!
Eles sentem que Deus me ensina a linguagem deles, e me faz conhecê-los, e me faz amá-los. São Eucaristia viva que torna tangível nosso Irmão Jesus Cristo. A tarde inteira, o Banco da Providência os atendeu.
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E o primeiro dia após o retorno terminou com a “serenata” com que os Brotos vieram despedir-se da lua cheia… Com que carinho me apresentam o que surgiu, de novo, na linha do canto popular!…