\”Meus queridos amigos, perdoem a confiança com que peço que guardem, mas guardem mesmo na lembrança a meditação que vou apresentar. Ponho de lado a timidez, apelo para a audácia, e ouso pedir mais. Não só guardem na lembrança a meditação que vou ler, procurem vivê-la. Eis a meditação: esperança sem risco, não é esperança. Esperança é crer na aventura do amor, jogar no homem, pular no escuro, confiando em Deus. Vou repetir: esperança sem risco, não é esperança.
Esperança é crer na aventura do amor, jogar no homem, pular no escuro, confiando em Deus. Sabem qual é a grande aventura do amor? É a aventura de Deus. Não esqueçam que Deus é amor. A aventura de amor é Deus partir para a criação do universo. Deus sabia que fora dele, ele só poderia criar o imperfeito, o limitado, o falho. E Deus se atirou de cheio na aventura do amor. O máximo de aventura foi fazer do homem uma criatura, um ser imperfeito, um co-criador. Criatura e co-criador.
Encarregado de dominar a natureza e completar a criação. Quando o homem usa mal os dons divinos da inteligência e da liberdade, rebela-se contra o criador, o pai, e peca. Deus mergulha ainda mais na aventura do amor. Em lugar de aniquilar o homem, aceita que seu divino filho se jogue também na aventura que dele faz o verdadeiro filho pródigo, o pródigo divino. O filho de Deus nasce entre os homens, de quem assume todas as fraquezas, exceto o pecado. Se Deus joga tanto no homem, se Deus deixa os anjos e a natureza toda estonteados com sua predileção sem limites pelo homem, como o homem não confiará no homem seu irmão?
O homem não confiar no homem é não confiar em si mesmo. Parece absurdo aconselhar pular no escuro. Para nós não há mistério nenhum e nenhuma razão de espanto. Vivemos dia e noite, em todo tempo, em todo lugar, mergulhado em Deus. Como temer pular no escuro quando sempre pulamos e pularemos dentro de Deus? Esperança sem risco não é esperança. Esperança é crer na aventura do amor, jogar no homem, pular do escuro, confiando em Deus.\”