\”Meus queridos amigos, há temas aos quais é preciso voltar sempre. Um deles é a dificuldade e a necessidade importantíssima de autêntico diálogo. Recordemos uma verdade verdadeiríssima: se discordas de mim, tu me enriqueces. Se és sincero e buscas a verdade e tentas encontrá-la como podes, ganharás tendo a honestidade e a modéstia de completar teu pensamento com o pensamento, mesmo de pessoas, que te pareçam muito menos inteligentes e cultas do que tu.
Um dos argumentos mais sérios que nos leva a escutar quem nos fala e, até a ouvir, quem discorda de nós, é saber que Deus fez a inteligência humana incapaz de abraçar o erro total. Se um sistema filosófico ou econômico, social, um sistema qualquer, for erro de cima a baixo e de lado a lado não há nem perigo de que a inteligência do homem parta para o erro total. Se a inteligência avança, podes ter certeza de que, no meio dos erros, há verdades prisioneiras.
Ora, quem sabe, quem discorda de mim pode ter descoberto sementes de verdade que me escaparam. Quem pode pretender ser dono da verdade e ter o monopólio do Espírito Santo. Feliz de quem se acostuma a ouvir com ouvidos de ouvir porque também é um perigo não ter idéias firmes, ser um cabeça de vento que gira pra onde o vento sopra. Ótimo é ter idéias, ter princípios, ter opções, prioridades. Mas permanecer de verdade e não só de faz de conta aberto a ouvir e a aceitar tudo o que é válido. Atenção, amigos, nós todos precisamos de matricular-nos na escola do diálogo e começar aprendendo de verdade a ouvir.
E fiquemos alertas para a tentação de achar formidáveis, geniais, os que falam de acordo com o que nós pensamos. E de queimar como quadrados, caretas, os que têm a ousadia de discordar de nós. Adotemos como um de nossos lemas, queridos, se discordas de mim, tu me enriqueces\”